Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

A cultura da produção do fio da seda existe há 5 mil anos no mundo. E hoje, embora seja o quarto maior produtor do planeta, o Brasil é reconhecido por grandes grifes como tendo o produto de maior qualidade durante o ano inteiro. O cenário nacional já assistiu a uma realidade bem diferente da atual: o país tinha ao menos 15 fiações de seda e a empresa londrinense Bratac, hoje a única do hemisfério ocidental, mantinha 8 mil famílias sericicultoras.

Hoje são apenas 2,5 mil famílias produtoras em apenas três estados: Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, totalizando 227 municípios produtores, boa parte deles em regiões de assentamentos. Entretanto, o cenário está mudando e esse é um dos objetivos da Associação Brasileira da Seda (Abraseda), que foi originalmente constituída em 1971 e há um ano passou por uma reformulação, agora abrangendo toda a cadeia produtiva do bicho da seda. A associação quer estimular e incentivar a produção de casulos de bichos da seda, matéria prima para o fio de seda vendido no mundo inteiro para grandes grifes.

E os resultados pouco a pouco aparecem: na safra de 2017 para 2018 (que compreende os meses de agosto a junho, sendo de junho a agosto o período da entressafra) foram 274 novos produtores. E de 2018 para o ano que vem já são 300 novos sericicultores que iniciaram o plantio e vão colher em 2019. Tudo isso representa um crescimento de 15% a 20% no número de famílias produtoras. Alguns desses sericicultores estarão reunidos em Londrina no dia 19 de julho, das 6h30 às 17h, no Centro de Eventos de Londrina, para o 16º Encontro Nacional e 35º Encontro Estadual de Sericultura.

É a primeira vez que o encontro estadual será realizado em Londrina. Já o nacional começou aqui na cidade: o primeiro foi realizado em 1981. Desta vez, estarão reunidos cerca de 1,5 mil sericicultores, para um dia de palestras, apresentações técnicas, intercâmbio de informações, visitas e exposição de estandes, além de demonstrações práticas de toda a cadeia de produção. A ideia é que os agricultores transformem a produção do bicho da seda em suas atividades principais, o que significa também plantar um tipo de árvore amoreira, alimento do bicho. “A seda é a melhor remuneração por hectare para o produtor rural familiar e mantém o trabalhador no campo”, diz Renata Amano, presidente da Abraseda.

Além disso, a produção do bicho da seda é completamente sustentável, pois o bicho não resiste a qualquer uso de inseticida. “Hoje queremos que o sericicultor tenha essa atividade como principal. Nada impede que ele tenha outra atividade, desde que não use inseticida, porque isso acaba com a produção. Então, a atividade convive muito bem com uma agricultura orgânica”, justifica Renata. Além de não envolver pesticidas, outra vantagem da cultura do bicho da seda é a garantia de compra mensal da produção, o que oferece ao trabalhador rural uma remuneração o ano inteiro.

Asimp/Abraseda

#JornalUnião

Clique nas fotos para ampliar

Funcionária na máquina de fiação
Seleção de Casulos
Manuseio da Seda na Fábrica

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.