Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

A agropecuária do Paraná cresceu 7,4% no segundo trimestre de 2015, na comparação com o mesmo período do ano passado, e evitou uma retração maior da economia do Estado. O Paraná seguiu a conjuntura nacional e registrou uma queda de 1,2% no seu Produto Interno Bruto (PIB) de maio a junho, em relação ao mesmo intervalo do ano passado, de acordo com cálculo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). 

No Brasil, a retração do PIB foi ainda mais expressiva, de 2,6% na mesma base de comparação, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (28). 

O desempenho do campo paranaense ajudou a compensar, em parte, a desaceleração da indústria, que registrou queda de 1,7%, e do setor de serviços, com retração de 2,2%. 

A produção recorde de grãos, especialmente da soja, o avanço do setor de carnes, com o aumento do abate frango e de suínos, contribuíram para o resultado positivo do campo. 

A agropecuária responde, em média, por 9% do PIB do Paraná. Em termos nacionais, a agropecuária cresceu bem menos do que no Estado. No segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 1,8%.

“A agropecuária, mais uma vez, está salvando a lavoura e fazendo o Paraná ter um resultado mais positivo se comparado à conjuntura nacional”, diz Julio Suzuki Junior, diretor presidente do Ipardes.

A maioria dos Estados vêm sofrendo os efeitos da crise nacional sobre suas economias. São Paulo, por exemplo, teve uma queda de 5% no seu PIB no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

SEMESTRE - No acumulado do primeiro semestre, a economia do Paraná também teve um desempenho menos ruim do que o nacional. Nos primeiros seis meses do ano, o PIB do Estado registrou queda de 1,1%. No Brasil, o recuo foi quase o dobro, de 2,1%. No período, a agropecuária registrou um avanço de 6,8%, indústria (-3,8%), serviços (-1,6%) no Estado. 

O Ipardes não calcula resultados do Paraná com ajustes sazonais ( segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre de 2015). Nessa comparação, a economia brasileira caiu 1,9%.

MELHORA - Para Julio Suzuki, a indústria do Estado, embora ainda afetada pela crise, dá sinais de que está deixando o fundo do poço. “O que se observa, ao analisar os dados, é que o pior período foi no primeiro trimestre. A queda do setor perdeu força. Isso pode indicar uma melhora nos próximos meses”, disse ele. 

Mas o setor de serviços permanece como foco de atenção, porque há um recuo do consumo das famílias. A combinação de inflação alta (que corrói renda) e aumento do desemprego provocou uma queda na demanda. 

BRASIL - Os números divulgados pelo IBGE mostram um aprofundamento da retração econômica brasileira. A sequência de dois trimestres seguidos de retração do PIB colocou o País no que os economistas chamam de recessão técnica. 

No segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, todos os elementos que fazem parte do PIB do Brasil tiveram queda. O investimento, nessa base de comparação, caiu 11,9%, seguido pelo consumo das famílias (-2,7%) e pelo consumo do governo (-1,1%). “Em termos nacionais, cresce a chance de se confirmar o prognóstico de que o Brasil caminha para dois anos (2015 e 2016) de retração da sua economia”, acrescenta Suzuki Junior.

BOX 1 

AJUSTE FISCAL NO PARANÁ

TERÁ IMPACTO POSITIVO

O ajuste fiscal implantado pelo Governo do Paraná e a recuperação da capacidade de investimento devem ajudar a atenuar o impacto da crise econômica no Estado. O Paraná foi um dos primeiros Estados a fazer a sua parte no ajuste, com corte de gastos e reorganização financeira, o que deve fazer com que ele consiga colher os frutos antes dos demais, na opinião de Julio Suzuki Júnior, diretor presidente do Ipardes.

“Não é possível ignorar a crise nacional, mas medidas como essas servem de exemplo e tem um impacto positivo”, acrescenta. 

Ao recuperar a capacidade de investimento, o Paraná estimula a geração de emprego e renda, o que impulsiona o consumo. 

“Em um segundo momento, quando as obras ficam prontas, elas melhoram a infraestrutura e aumentam a competitividade do setor privado, com efeito positivo sobre a economia como um todo”, finaliza.

AEN
#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.