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Expectativa do setor produtivo da pecuária do Estado é que as recentes conquistas na vigilância sanitária aumentem ainda mais o comércio internacional a partir deste ano.

As exportações de carne, pelo Porto de Paranaguá, subiram 17,58%. Em 2019, durante todo o ano, foram mais de dois milhões de toneladas; em 2018, 1,7 milhão. Com as medidas do Ministério da Agricultura que reforçam o reconhecimento do Paraná como área livre de peste suína clássica e que abrem caminho para o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, o setor produtivo espera movimentar ainda mais a partir deste ano.

Como mostram os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a carne que mais apresentou aumento na comparação entre as exportações dos dois últimos anos foi a bovina, que cresceu 64,5%. Com quase 226 mil toneladas exportadas no ano, o Porto de Paranaguá é o segundo nas exportações do produto entre os portos brasileiros.

“O Paraná oferece qualidade, quantidade e eficiência para suprir o mercado”, afirma o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Segundo ele, a logística da exportação pelo porto paranaense é ágil, com redução dos custos operacionais e administrativos, além de uma excelente estrutura de armazenagem.

A carne de boi que sai por Paranaguá representa 14,55% do total do produto exportado pelo país e tem como principais destinos a China, Hong Kong, Egito, Israel e Irã.

Suínos

A exportação de carne suína aumentou 23,22% na comparação entre 2019 e 2018. No ano passado, o volume exportado foi de 100,67 mil toneladas, colocando o terminal paranaense na terceira posição entre os portos do país na operação desse produto.

As exportações de carne suína pelo Paraná representam 11,4% do total exportado pelo país. Os principais destinos são Hong Kong, China, Cingapura, África do Sul e Vietnã.

Setor Produtivo

Apesar das exportações de frango terem registrado menor aumento - a diferença entre as movimentações de 2019 e 2018 foi de 12,5% (positivo) -, o Porto de Paranaguá segue sendo o líder nacional, respondendo por mais de 42% das exportações nacionais do produto.

Em 2019, um pouco mais de 1,65 milhão de toneladas de carne de aves foram enviadas principalmente para China, Japão, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Hong Kong.

Origem

Pouco mais de 74% da carne exportada pelo Porto de Paranaguá tem origem no próprio Estado. Recentemente, por instrução normativa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reforçou o reconhecimento do Paraná como área livre da peste suína clássica (PSC). A medida retira o Estado de um grupo formado por 14 unidades federativas e reduzindo sua vulnerabilidade a eventuais casos da doença na área não livre.

Ainda no final de 2019, o Ministério da Agricultura também proibiu o uso e a comercialização da vacina contra febre aftosa no Estado, assim como o ingresso de animais vacinados contra a doença (com exceção para a entrada de bois e búfalos destinados a abate, que devem estar em veículo lacrado e ter como destino abatedouro com inspeção oficial).

A partir desses passos, com vigilância sanitária redobrada, o Paraná adota medidas para conquistar o reconhecimento como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação pelo Ministério da Agricultura (que deve vir no segundo semestre deste ano) e o reconhecimento internacional, no ano que vem.

Participação

Para o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, conforme a produção pecuária paranaense vai evoluindo, qualificando, ganhando novas chancelas e avançando na questão do fim da vacinação da febre aftosa e outros processos, a participação da carne do Paraná nas exportações brasileiras tende a crescer cada vez mais.

“Com certeza vamos manter e até ampliar a participação nas exportações do frango. A participação em suinocultura também aumentará. Nos próximos anos o Paraná terá uma participação ampliada e não será impossível imaginar que vai liderar também o processo de produção de carne suína nos próximos cinco anos ou menos que isso”, diz.

Segundo ele, a obtenção do reconhecimento pelo Ministério e da chancela pela Organização Mundial da Saúde Anima (OIE), até maio de 2021, abrem ainda a perspectiva de mais negociação e mercado também para a carne bovina.

“O fim da vacinação pode consolidar esse movimento. Temos condição de evoluir e aumentar nossa participação no conjunto de exportações de carne, principalmente pelo Porto de Paranaguá, fortalecendo cada vez mais a imagem e a eficácia do nosso porto”, afirma o secretário.

Competitividade e diferencial na carne paranaense

O presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, diz que o Paraná ainda não é um grande produtor de carne como commodity, como o Mato Grosso, por exemplo. Porém, tem competitividade e muito potencial para ampliar essa oferta, tanto para o mercado nacional, quanto internacional.

“O Paraná é um dos estados com mais potencial. O Estado é, hoje, o maior produtor de carnes do país, somando todas as carnes não apenas a bovina. Isso se deve ao potencial agropecuário do Estado: grande oferta de alimentos, pela produção agrícola que tem; e infraestrutura logística que também se destaca – ainda que possa melhorar -, principalmente por estar tão perto do Porto”, afirma.

A competitividade do Estado ainda está no crescimento das áreas que integram as duas atividades: pecuária e lavoura. “Esse desenvolvimento das culturas, em harmonia, gera muitos benefícios para as duas atividades. Tem crescido muito e, se os produtores tiveram ainda mais acesso à inovação, informação, tecnologia e conhecimento, pode crescer ainda mais”, acrescenta.

Sobre a carne bovina do Paraná, Botelho diz que, no mercado nacional, já se destaca pela qualidade e rastreabilidade. “É uma carne muito diferenciada, no sabor e na maciez, que tem atingido um mercado bastante exigente e mais gourmet. Esse também pode ser um nicho de mercado internacional”.

Segundo ele, para que o Estado conquiste ainda mais mercado externo, também é preciso que os frigoríficos se habilitem para atender a exportação. “Podemos ter uma oferta maior de carne para exportação. Os frigoríficos têm que entrar nesse mercado. A demanda por carne, de maneira geral, no mundo, está muito grande e em ascensão. Novos mercados sempre surgem, o que abre um leque de negócios fantásticos para todo o setor”, diz o presidente da Comissão da Faep.

AEN

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