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Sindiavipar vem monitorando situação há meses e traz sugestões aos órgãos para que a fase seja superada

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná - Sindiavipar está alertando as autoridades governamentais brasileiras sobre a necessidade da adoção de medidas com o objetivo de evitar que haja escassez de milho no país. As medidas seriam de curto, médio e longo prazo visando a importação rápida do grão quando necessária e o aumento da produção nacional e armazenagem para as próximas safras.

Em um cenário de desabastecimento do grão, produtores de aves e suínos seriam diretamente impactados, pois o milho é um dos principais componentes da ração dos animais. Com isso, a indústria de alimentos terá que avaliar a necessidade de reduzir o abate e o alojamento, pois a produção passa a ser muito cara e incerta. “Mas esta medida não é do setor, e sim de cada empresa que desejar adotá-la. Se as empresas optarem por ela, é possível que gere desemprego e diminua o poder aquisitivo do consumidor, e nós como produtores, estamos preocupados com a população”, alerta o presidente do Sindiavipar, Irineo da Costa Rodrigues.

Para Rodrigues, no Paraná, o momento é de preocupação do setor avícola com uma possível escassez de milho para 2021. Devido a forte estiagem, que adiou o plantio de soja e, consequentemente, a sua colheita, foi necessário que produtores postergassem também o plantio da segunda safra de milho do ano. Por conta disso, a semeadura destas lavouras está ocorrendo fora da janela adequada. Avaliando o cenário, o Sindiavipar alerta para a necessidade da adoção de medidas por parte do Governo e órgãos competentes para mitigar o problema.

O presidente da entidade destaca que a segunda safra pode ser um alento para o setor, mas ainda é incerta, pois precisa de condições climáticas favoráveis: “a safra precisa de cinco meses com chuvas regulares e não ter um inverno antecipado, porque o milho é uma cultura de verão. Estamos produzindo no inverno porque deu certo, mas em anos com geada antecipada, podemos ter uma perda maior. Nós estamos apreensivos, temos milho para poucos meses até chegar na nova safra”, aponta Irineo. E para que haja uma colheita de milho mais robusta no início do próximo ano, o presidente do Sindiavipar defende que é preciso construir uma ponte até lá.

Sendo assim, a entidade apresentou algumas sugestões ao Governo e órgãos competentes com o intuito de amenizar o problema, divididas em ações de curto, médio e longo prazo:

Curto prazo

- Desburocratizar a importação de milho, para que ela possa ocorrer o mais rápido possível, evitando a redução da produção de aves e suínos.

- Retirar o PIS/COFINS da importação, por se tratar de uma questão emergencial.

Médio prazo

- Apresentar uma política atrativa para a produção de milho no verão, a partir do mês de setembro de 2021, com linhas de crédito vantajosas, principalmente para o pequeno produtor.

- Diminuição dos juros no Plano Safra, com pelo menos 1% linearmente, com crédito a taxas mais acessíveis.

Longo prazo

    Pensar no armazenamento de grãos pelas pequenas empresas, com linhas de crédito subsidiadas, para que o produtor possa comprar milho e ter onde guardar.

    Ação conjunta do Sindiavipar com as entidades representativas de outros estados produtores de carne de frango para encaminhar sugestões ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo é fazer um diagnóstico da avicultura do Brasil e propor soluções práticas que promovam maior organização e eficácia na produção, a fim de construir uma política efetiva para o setor.

Acompanhamento

Há meses o Sindiavipar vem monitorando este cenário, neste período, como uma forma de fomentar a produção do milho na segunda safra. A entidade apresentou à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina, um pedido que permitisse uma janela de plantio assegurado com mais dez dias, incluídos no Zoneamento Agrícola. A Pasta, entretanto, foi aconselhada pela Embrapa e o órgão não acatou a flexibilização, apontando conceitos técnicos, que mostraram que, a partir dessa data, o plantio passa a ser considerado de risco.

Para Rodrigues, neste momento, é extremamente importante que a avicultura traga suas sugestões para contribuir com o enfrentamento do problema. “Além da atuação do Ministério, cabe ao setor orientar o Governo para que saibam onde a ajuda é mais necessária”, finaliza.

Camila Castro/Asimp

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