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Intenção é pedir que seja cumprido o cronograma elaborado pelo Mapa para o fim da vacinação no Paraná

Entidades que representam principalmente o setor da bovinocultura elaboraram um documento para entregar aos candidatos ao Governo do Estado, solicitando o compromisso para que a retirada da vacinação contra a febre aftosa no Paraná siga o calendário do Plano Estratégico do Programa Nacional de Febra Aftosa (PNEFA), estabelecido pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Mapa). A entrega inicia nesta primeira semana de setembro.

As entidades divergem do pedido feito pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapar) para antecipar o fim da vacinação para 2019. Pelo calendário do Mapa, o Paraná deve parar de vacinar em 2021, junto com os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

A estratégia do Mapa é retirar a vacinação gradativamente e por blocos de estados em todo o País para que o Brasil obtenha o status “livre de aftosa sem vacinação” perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2023.

Os representantes da bovinocultura lembram que o Paraná ficará isolado e não poderá receber animais de outras unidades da federação, caso ocorra a suspensão antecipada da vacinação.  “Além do risco sanitário ao expor seu rebanho à contaminação, a indústria frigorífica sofrerá enorme prejuízo, com a falta de animais para abate”, salienta o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Antônio Sampaio.

Sampaio destaca que os pecuaristas paranaenses, em sua maioria, trabalham com recria e engorda de animais. Caso seja suspensa a vacinação no Paraná, o Estado não poderá mais receber bovinos e ovinos de outros estados. "Essa medida, se ocorrer de forma isolada, irá prejudicar a pecuária e toda a estrutura correlata à atividade".

As entidades acreditam que o movimento para antecipar o fim da vacinação visa beneficiar as cadeias produtivas da suinocultura e avicultura e afirmam no documento que a iniciativa “carece de legitimidade e razoabilidade econômica, porque sob o ponto de vista de política industrial não se deve priorizar uma cadeia produtiva em detrimento de outras, mas sim permitir que as três possam crescer e se desenvolver pelas suas próprias dinâmicas”.

Santa Catarina é hoje o único estado brasileiro a possuir o status “livre de aftosa sem vacinação”, mas não obteve vantagem nos preços da carne perante o mercado internacional, conforme observa o diretor da Sociedade Rural de Maringá, Ricardo Pulzatto. Segundo dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), no ano de 2017, o Paraná e Rio Grande do Sul obtiveram preço maior do que Santa Catarina nas exportações de carne suína.

O Paraná alcançou preço médio da tonelada de U$ 2.395, o Rio Grande do Sul, U$ 2.462, enquanto Santa Catarina ficou com U$ 2.310. O mesmo ocorreu com o produtor de suínos catarinense, que recebeu na média anual um preço inferior aos recebidos pelos produtores dos estados do Paraná e Rio grande do Sul.

Pulzatto alega que é um engano supor que a retirada da vacinação no Paraná levará automaticamente o estado a incrementar suas exportações, desconsiderando-se os mecanismos de conquista gradativa de mercados internacionais, as barreiras sanitárias e não sanitárias existentes nos principais países importadores da carne brasileira.

O documento assinado por 39 entidades lembra que desde 2015 há movimentos no Estado buscando suspender a vacinação da aftosa e desde então o segmento da bovinocultura vem se posicionando e apresentando ao Estado estudos técnicos e pedidos para que o assunto seja tratado dentro de rigoroso critério, sem prejuízo a qualquer uma das partes.

Andrea Monclar/Asimp

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