Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou ontem (25), no Palácio Iguaçu, durante o lançamento oficial do Conselho Gestor da Erva-Mate (Cogemate), que o Estado vai incentivar o desenvolvimento do cultivo da erva-mate e que o produto pode ser o propulsor de diversas iniciativas da gestão, como incentivo ao turismo, geração de emprego e industrialização da cadeia de alimentos.

Ratinho Junior ressaltou que a planta, símbolo de ciclos econômicos fundamentais nos últimos séculos e presente no brasão estadual, é um diamante bruto que precisa voltar a ser lapidado. Segundo ele, o Vale do Iguaçu, no Sul do Estado, tem o produto como vocação e capacidade para se organizar em mais cooperativas para que o incremento da produção seja acompanhado de desenvolvimento tecnológico, atração de novas empresas e aumento do consumo.

“A vocação do Paraná é produzir alimentos para o planeta, temos que bater nessa tecla. Nossa matriz econômica é essa. E essa organização é fundamental para que o poder público possa colaborar”, afirmou o governador.

O Cogemate nasceu em abril deste ano com o compromisso de organizar uma cadeia produtiva que engloba nove municípios, dez mil propriedades e cem mil famílias. O Vale do Iguaçu é o maior produtor de erva-mate sombreada do País e exporta o produto para inúmeras nações da Europa e da Ásia, além dos Estados Unidos. A erva-mate pode ser utilizada em energéticos, indústria farmacêutica e na composição de alimentos industrializados, além da versão mais conhecida para chimarrão, suco, chá ou tererê.

O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o Paraná ganha força na produção de erva-mate com o Cogemate e a instauração, nesta terça-feira, de uma frente parlamentar de atenção qualificada a esse produto. “A erva-mate tem força no Paraná, emprega muita gente, permite renda para muitas famílias rurais. Além disso, vem ganhando novos usos e espaço na indústria do alimento, dos remédios, da beleza e do material de limpeza”, completou.

Líder do Governo na Assembleia Legislativa e um dos idealizadores do Cogemate, o deputado Hussein Bakri destacou que os municípios e produtores da região perseguem há muito tempo uma retomada de incentivos estaduais na produção da erva-mate. “Há uma perspectiva de crescimento do setor que vai ao encontro ao movimento do Paraná. Precisamos gerar emprego e renda e a erva-mate será um canal muito forte dessa orientação”, pontuou.

Bakri ainda disse que os incentivos nessa cadeia representam o caminho mais curto para recuperar áreas do Vale do Iguaçu que ficaram estagnadas nos últimos anos em função do fim do ciclo de ouro do produto.

Parcerias

O presidente da Cogemate, Naldo Vaz, destacou que a produção de erva-mate é ambientalmente sustentável e que apenas 21% das lavouras da região são fixas – as demais ocorrem em conjunto com matas nativas. Cerca de 37 mil famílias vivem no Paraná em função da planta, o que justifica a necessidade de apoio da administração estadual.

“O setor está indo bem, mas precisávamos montar um conselho para questões de políticas públicas, inovação, pesquisa e tecnologia. Temos amparo de câmaras técnicas, universidades, entidades florestais, Sebrae, Sistema S, mas nada funciona sem o setor público”, afirmou Vaz.

Ortigara completou que a Emater e as equipes técnicas da Secretaria de Agricultura vão se dedicar a ajudar a melhorar a cadeia. Ele também destacou que o Paraná já tem uma lei específica sobre a cadeia para ampliar a sua dimensão. “Vamos trabalhar para avançar em ações objetivas, incentivo de pesquisa nas universidades públicas, ampliação do braço técnico para manejo adequado ou estimular processo de valorização e identidade, além de atração de investimentos”.

No encontro foram debatidos a criação do Arranjo Produtivo Local (APL), de uma zona franca, leis estaduais de manejo sustentável, parceria com a Copel para o plantio embaixo das redes de energia, desenvolvimento de pesquisas acadêmicas, marketing institucional em cima do produto e fomento ao turismo. Outra parceria pode ser voltada ao incremento de chá ou suco de erva-mate nas merendas escolares para estimular o consumo e a cultura desse símbolo estadual.

História

Da metade do século XVI até 1632, a erva-mate era a atividade econômica mais importante dos territórios que hoje compõem o Paraná. Nos anos 1800, chegou a representar 85% do PIB do Estado, muito em função da estrutura ferroviária e dos engenhos litorâneos. A Universidade Federal do Paraná (UFPR), primeira do País, foi uma conquista desse período de pujança econômica, no século XX.

Presenças

Estiveram presentes os deputados estaduais Alexandre Curi, Emerson Bacil e Marcel Micheletto; os prefeitos Claudinei de Paula Castilho (Bituruna), Santin Roveda (União da Vitória) e Euclides Pasa (Cruz Machado); a presidente do Sindimate, Márcia Ranssolin; e o chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná em União da Vitória, José Ewerling.

AEN

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.