Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

No Paraná, a combinação de chuvas esparsas e insuficientes com temperaturas acima da média no mês de outubro está preocupando os produtores rurais, aponta relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O relatório, correspondente ao mês de outubro, foi divulgado nesta terça-feira (4). 

O clima seco atrasou o plantio de soja, milho e feijão, principais grãos cultivados na safra de verão isso pode afetar o potencial produtivo da safra 2014/15. 

O relatório do Deral reflete essa preocupação com o clima, mas mantém a expectativa de colheita de 22,4 milhões de toneladas de grãos de verão, volume 9% acima do ano passado. 

PLANTIO - Em outubro, o plantio da soja ocupava 61% da área estimada, enquanto no ano passado, no mesmo período, o plantio já havia avançado em 73% da área estimada. A área plantada com milho este ano, por ser bem menor que anos anteriores, já deveria estar com o plantio concluído, mas 93% da área estimada para a cultura foi plantada. 

“O retorno das chuvas poderá alterar esse quadro”, disse o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni. 

SOJA – Das 22,4 milhões de toneladas previstas para serem colhidas na safra de verão, o maior volume é de soja, com uma produção esperada de 17,21 milhões de toneladas - 18% acima do volume colhido no ano passado, que resultou em 14,6 milhões de toneladas. 

O plantio de soja ficou atrasado principalmente na região Norte, onde faltou chuva para a conclusão das atividades na lavoura. 

Em quase todas as regiões do Estado o ritmo de plantio foi lento. 

“Muitas vezes o plantio foi feito no pó, porque os produtores aguardaram confirmação das previsões de chuvas que, ou não se concretizaram ou foram insuficientes”, informou o economista Marcelo Garrido, chefe da conjuntura agropecuária do Deral. 

MILHO- A estimativa para o milho da primeira safra indica que a cultura vai ocupar uma área de 537.718 hectares - 20% menor do que a do ano passado, a menor área plantada com o grão nesse período do ano. 

A previsão de produção é de 4,64 milhões de toneladas - 15% a menos que no ano passado. “Essa produção só será confirmada se o potencial produtivo das lavouras manter a produtividade esperada, de 8.600 quilos por hectare”, ressaltou a engenheira agrônoma do Deral, Juliana Tieme Yagushi. 

Segundo ela, as lavouras de milho sofrem com o clima seco, porque há o agravante do aparecimento de pragas que pode comprometer o potencial produtivo das plantas. “A falta de chuvas favorece o aparecimento de lagartas, que elevam o custo de produção por causa do controle dos insetos”, explicou. 

FEIJÃO - Nas lavouras de feijão, o relatório do Deral demonstra que houve redução de 17% na área de plantio, em relação ao ano passado. Neste ano são 197 mil hectares na safra das águas. A expectativa de produção também cai de 402.374 toneladas para 367.524 toneladas - uma queda de 9%. 

Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, os produtores reduziram a área plantada em função do excesso de oferta de feijão de anos anteriores, o que provocou queda nos preços de comercialização. 

TRIGO - Ao contrário dos grãos de verão, que sofre com a escassez de chuva, o trigo, cereal de inverno, ainda em campo, foi prejudicado pelo excesso de chuvas no final de setembro. 

Cerca de 80% do volume de produção esperado já foi colhido e a previsão de colher acima de 4 milhões de toneladas do grão não vai se realizar. 

Serão colhidas em torno de 3,86 milhões de toneladas. As chuvas comprometeram a produção. Ainda assim será um volume recorde no Paraná, mais do que o dobro em relação ao ano passado. 

A área plantada com trigo cresceu de 1 milhão de hetares na safra 2013/14 para 1,36 milhão de hectares na atual safra. A previsão de produção é 105% maior - passando de 1,89 milhão de toneladas (ano passado) para 3,87 milhões de toneladas que estão sendo colhidas esse ano. 

“As regiões Sudoeste e Centro são as que mais sofreram com chuvas na colheita, que comprometeram a produtividade”, informou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho. Nas demais regiões, a situação foi normal. 

COMERCIALIZAÇÃO - Sensível às expectativas que podem ser alteradas e influenciar o resultado da safra, o mercado vem ensaiando uma reação nos preços dos grãos de verão desde o mês passado. 

Segundo o Deral, os preços da soja e milho (commodities agrícolas) e do feijão estavam em queda no mercado, em função da recomposição dos estoques mundiais e maior oferta de grãos. “No último mês, foi possível identificar uma leve reação nos preços, que pode ser também reflexo com as incertezas do clima”, acredita o chefe da conjuntura agropecuária do Deral, Marcelo Garrido. 

No período de outubro de 2014, em relação ao mesmo mês do ano passado, a soja apresenta uma queda de 14% e o trigo 40%. O feijão preto caiu 32% e o feijão de cores registrou queda de 41% no preço. O milho registra uma leve alta, de 3%. 

Já no mês de outubro de 2014 em relação a setembro, o preço da soja reagiu 3,2%, o do milho 0,1%. O feijão preto subiu 1,2% e o feijão de cor 29,2%. O trigo, por estar em período de colheita e aumento da oferta, mantém um recuo de 2,9% nos preços. 

Para a técnica Juliana Tieme Yagushi, as incertezas climáticas em várias regiões e o aumento do câmbio favorecem a reação na formação de preços de culturas como soja e milho. 

Agência de Notícias PR
#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.