IV Simpósio de Difusão Tecnológica do Norte Pioneiro do Paraná acontece durante maior evento da cafeicultura no Estado e atrai produtores interessados em obter conhecimento e melhorar a produção
Um dos atrativos da oitava edição da Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – Ficafé 2015 é o IV Simpósio de Difusão Tecnológica do Norte Pioneiro do Paraná. O evento, que já é uma tradição no segmento, reúne centenas de produtores, especialistas e compradores até esta sexta-feira, dia 16 de outubro, em Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná.
O café cereja descascado é o tema principal das palestras proferidas por especialistas. Guilherme Salomão, engenheiro agrônomo e credenciado do Sebrae/PR, falou sobre “A importância do café cereja descascado na obtenção da qualidade”. Ele atua no Projeto 100% Qualidade em municípios como Carlópolis, Congonhinhas, Nova Fátima e São Jerônimo da Serra, todos na região.
Guilherme Salomão explica que, ao descascar o café cereja, o produtor consegue selecionar os grãos em perfeito estágio de maturação, além de retirar toda a carga orgânica, que influencia na fermentação. “O café in natura é envolvido pela casca e pela mucilagem, que contribuem com a fermentação do grão. Quando é descascado, o produto não perde a qualidade porque não passa pelo processo de fermentação”, explica.
Durante a palestra, Guilherme Salomão mostrou para os produtores como é possível atingir a qualidade desde o manejo da lavoura, passando pelo processamento do café e até os cuidados na pós-colheita. Ele também frisou sobre a importância de investir na produção de cafés especiais para melhorar a lucratividade dos cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná.
“No mercado, o café commodity segue a cotação das bolsas de Nova York e de Londres e está sujeito à flutuação do preço. Já os cafés especiais, têm um preço mais estável, graças à sua diferenciação. Os cafés certificados também são vantajosos, porque as certificadoras, como a fair trade [comércio justo], garantem a obtenção do preço mínimo de comercialização”, informa Guilherme Salomão.
Pedro Luiz Vieira da Silva, produtor do município de Pinhalão, participou da palestra e conta que já conhecia a técnica. Ele pretende implementar a produção do cereja descascado no próximo ano, após a aquisição de um equipamento chamado ‘espolpador’, que retira a casca e a mucilagem do fruto. “Desejo investir na tecnologia para agregar mais valor ao produto. A palestra ajudou muito. Eu já sabia bastante coisa que foi comentada, mas é importante relembrar todos os cuidados que devemos ter na produção de cafés especiais”, relata.
Geração de conhecimento
Para Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR e gestor do Projeto de Cafés Especiais, a geração de conhecimento é um diferencial da Ficafé. “Nosso objetivo é levar informações para produtores rurais, técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos e estudantes, com a intenção de capacitar todos os envolvidos na cadeia produtiva da cultura do café”, afirma.
Capello enfatiza que a adoção de algumas medidas, como investimento em tecnologia, mecanização da lavoura, redução de custos, aumento da produtividade e comercialização de grãos com alto valor agregado, traz resultados positivos para os produtores. “A ideia do Simpósio é disponibilizar informações para melhorar a produtividade de cafés especiais.”
Asimp/Sebrae
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