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Os produtores paranaenses já podem procurar os bancos para fazer os financiamentos de custeio para a segunda safra de milho, ou milho safrinha, que começa a ser plantada no Estado a partir de janeiro de 2016. A informação é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que destaca a importância dessa safra para a economia do Paraná, com o abastecimento da indústria de transformação e agregação de valor como a avicultura e a suinocultura e também para as exportações.

As linhas de crédito disponíveis são o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), além de outras destinadas a demais produtores com taxas de juros controladas. Os financiamentos de custeio envolvem os custos com preparação do solo, plantio – insumos, como sementes, fertilizantes, defensivos e outros –, tratos culturais e colheita.

No Pronaf, o limite de crédito é de até R$ 100 mil por produtor e por safra, com juros de 5,5% ao ano. No Ponamp, o limite vai a R$ 710 mil por produtor e por safra, com juros de 7,75% ao ano. Os demais produtores podem ter acesso até o limite de R$ 1,2 milhão por produtor e por safra, com juros de 8,75% ao ano. O prazo de reembolso dos financiamentos é, em média, de até 60 dias após a colheita.

De acordo com o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni, não há restrição de recursos nos principais agentes financeiros que operam as linhas de crédito rural como o Banco do Brasil, Sicredi e Sicoob. “Os financiamentos dependem dos projetos técnicos dos produtores e serão analisados caso a caso”, informou”.

Na safra passada foram aplicados pelo Banco do Brasil, principal agente aplicador de crédito rural no Estado, cerca de R$ 774 milhões em financiamentos de custeio do milho safrinha, como é mais conhecido – R$ 157 milhões para agricultores familiares via Pronaf, R$ 353 milhões para médios produtores via Pronamp e R$ 264 milhões para os demais produtores. 

Simioni orienta que diante da elevação dos custos de produção devido à valorização do dólar, os produtores devem planejar com bastante antecedência a aquisição dos insumos. “Daí a necessidade de formalizarem os financiamentos o mais cedo possível, evitando correrias de última hora e, como consequência, arcarem com custos mais elevados para aquisição dos insumos de produção comentou”, explica. 

De acordo com o Deral, a segunda safra de milho no Paraná se consolidou como a mais importante para o abastecimento das indústrias de transformação e para as exportações. Ela compensa as perdas de área e produção de milho que vêm ocorrendo sistematicamente no plantio da primeira safra, durante o verão. Nesta safra 2015/16, que está sendo plantada, a primeira safra de milho, o grão vai ocupar a menor área da história, com 443.911 hectares plantados com a cultura. Entretanto, a área total de milho das duas safras avançou 9,3% em 2015, na comparação com a área existente em 1998 – sendo que a primeira safra do milho reduziu 63% e a segunda safra teve um incremento de 145%.

Segundo o analista de milho Edmar Gervasio, do Departamento de Economia (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o plantio do milho safrinha surge como oportunidade de ganho forte ao produtor, já que é o principal produto plantado entre o verão e o outono. “Em 2015 foram plantados 1,9 milhão de hectares e colhidos 11,2 milhões de toneladas de milho segunda safra, o que corresponde a quase três vezes a produção obtida com a primeira safra”, comparou.

Gervasio acrescenta que esse resultado vem sendo obtido graças ao avanço da tecnologia e da inovação aplicadas pelos produtores, que têm promovido o crescimento da produtividade das lavouras. Há oito anos, na safra 2008/09, a produtividade de milho safrinha era em torno de 3.000 quilos por hectare. N última safra quase dobrou, alcançando 5.800 quilos por hectare, na média do Estado.

“Com esse avanço, o abastecimento de milho no Paraná fica plenamente atendido e ainda abre espaço para as exportações. No ano passado, o Estado exportou 3 milhões de toneladas de milho e a expectativa este ano é exportar até 3,5 milhões de toneladas” comenta o analista. Com a continuidade dessa tendência de produção expressiva na segunda safra, as exportações podem avançar um pouco mais, segundo Edmar, que ressalta que é preciso considerar ainda nesse processo a variável clima que é determinante no processo de produção.

No Paraná, o milho safrinha é cultivado nas regiões Norte, Oeste e Sudoeste, com preferência para as áreas de clima mais quente.

AEN
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