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O Paraná deverá produzir neste ano de 2018 um total de 39 milhões de toneladas de grãos, considerando a segunda safra de milho e a safra de inverno que estão sendo plantadas. Esse volume, se consolidado, representa que a produção da safra 2017/18 está acima da média dos últimos quatro anos, que foi de 38 milhões de toneladas.

Essa é a projeção da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento para este ano, divulgada nesta segunda-feira (02), cujo acompanhamento mensal passou a incorporar os resultados da safra de inverno que se inicia. O Departamento de Economia Rural (Deral) está estimando uma safra de cereais de inverno entre 3,9 e 4,0 milhões de toneladas se não ocorrer problemas climáticos graves.

A safra de verão se encaminha para o final de colheita devendo atingir uma produção de 22,4 milhões de toneladas, e a segunda safra de milho deve contribuir com um volume esperado de 12,3 milhões de toneladas, também se o clima não atrapalhar.

Para o secretário Norberto Ortigara, o Paraná está encerrando a colheita de sua safra de verão com um volume muito próximo à média que vem oscilando entre 20 e 22 milhões de toneladas desde a safra 2014/15, com exceção da safra 16/17 que contou com um clima extremamente favorável e proporcionou produtividades excelentes.

“O olhar dos produtores e do setor público se voltam para a segunda safra de outono e a de inverno. A expectativa é conferir se a segunda safra de milho será consolidada em 12,3 milhões de toneladas e se a safra de feijão será de 400 mil toneladas, conforme a projeção do Deral para essas duas culturas no ano agrícola 2017/18”, disse o secretário.

Segundo ele, uma vez definidas essas estimativas que dependem de clima, a conclusão de colheita da soja que está ocorrendo nos Campos Gerais e consolidada a produção de trigo e demais cereais de inverno, o Paraná deverá produzir volume correspondente a 18% ou 19% da produção nacional de grãos, que é a sua média histórica.

“Isso significa que o setor agrícola paranaense continua olhando pra frente, investindo, acreditando no potencial do agronegócio paranaense, não só na questão grãos mas também na produção de proteínas, considerando que soja e milho também são proteínas”, acrescentou.

TRIGO – De acordo com estimativa do Deral, a área plantada deve crescer cerca de 8%, que corresponde a um adicional de 80 mil hectares. Assim, a área avança de 970 mil hectares plantados no ano passado para 1.050.000 hectares que devem ser plantados este ano.

Com isso, a produção deve alcançar volume de 3,3 milhões de toneladas, aumento de 49% em relação ao ano passado. A região que mais aumenta a área é a Oeste. O aumento na produção é reflexo da quebra de safra ocorrida no ano passado e também ao alongamento do ciclo da soja, provocado por problemas climáticos no ano passado e início deste ano, que inviabilizou o plantio de milho da segunda safra, favorecendo o plantio do trigo que ocorre mais tarde.

O economista do Deral, Marcelo Garrido, acredita que os produtores ficaram receosos de uma geada precoce que pode acontecer ainda neste mês de abril e atingir em cheio uma possível área de milho de segunda safra. Para fugir desse risco, os produtores optaram por plantar o trigo que é mais resistente aos rigores do clima.

O preço do trigo aumentou cerca de 11% em relação à safra anterior, passando de R$ 31,73 a saca no ano passado para R$ 35,36 a saca, em média, este ano. Segundo Garrido, a safra de trigo tende a ser grandiosa no Paraná, confirmando o Estado como líder em produção ao lado do Rio Grande do Sul. Juntos os dois estados contribuem com o todo o fornecimento de trigo para o mercado interno, que corresponde a metade do que é consumido.

SOJA - A soja da safra 17/18 está com 81% da área plantada já colhida, com ritmo ainda um pouco atrasado por causa do clima durante o desenvolvimento da lavoura, que alongou o ciclo da cultura. Primeiro, a soja enfrentou seca e depois excesso de chuvas.

Mesmo assim, a safra foi boa devendo render um volume de 19,1 milhões de toneladas, 4% inferior ao ano passado, quando foi recorde e rendeu 19,8 milhões de toneladas. A área ocupada com a cultura alcançou um total de 5,4 milhões de hectares, 3% a mais que no ano anterior.

Segundo Garrido, com a safra chegando ao final de colheita é possível chegar próximo à realidade. Para o técnico, os níveis de produtividade voltaram para a média histórica, em torno de 3.500 quilos por hectare.

Para o produtor o momento é propício para a comercialização com a valorização de 14,5% no preço da soja. Em março deste ano o preço médio da soja foi cotado, em média, por R$ 68,60 a saca, contra R$ 59,90 a saca na média do ano passado.

A comercialização da soja no Paraná se acelerou nos últimos dias por causa do agravamento do clima na Argentina, grande produtor do grão, que está enfrentando uma das maiores secas dos últimos anos. Com isso, 31% ou um terço da safra já está vendida. A falta de soja no mercado externo provocou uma procura maior pelo grão produzido no Brasil.

A safra norte-americana já foi finalizada e quem tem oferta de soja no momento é só o Brasil e Argentina, cujo volume foi reduzido por causa da seca. Com isso, o preço internacional está oscilando bastante. Segundo Garrido, o quadro não favorece uma valorização maior porque nos Estados Unidos os preços não se alteram devido aos estoques elevados. Principalmente após a decisão da China ao não comprar a soja norte-americana, em retaliação aos EUA em sobretaxar o aço.

Assim, a valorização do grão está ocorrendo mais nos portos onde os compradores pagam um prêmio ao importador, explicou o técnico.

AEN

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