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Estudos realizados entre pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão e da Universidade Federal de Goiás (UFG), demonstram que esses insumos promovem maior resiliência das plantas nesse Sistema

Os experimentos em casa de vegetação, conduzidos pela equipe técnica da Embrapa Arroz e Feijão, mostraram que a adoção dos bioinsumos e do silício resulta em redução entre 50% e 55% na perda da produtividade do arroz de terras altas, quando exposto à baixa disponibilidade de água e ao baixo conteúdo de fósforo no solo. Sob essas condições adversas, os bioinsumos ou microrganismos multifuncionais atuam promovendo a hidratação das plantas e a solubilização de fósforo, enquanto o silício propicia maior tolerância aos estresses abióticos (escassez de chuva e temperatura adversa), reduz a absorção de elementos tóxicos e aumenta a disponibilidade de nutrientes.

A Embrapa é uma das duas instituições no mundo que estudam o arroz de Terras Altas (a outra é a ÁfricaRice, na África). Por isso, depende, quase exclusivamente, dos seus próprios ativos e avanços de conhecimento para superar desafios e transformá-los em oportunidades. O Cerrado brasileiro experimenta estiagens constantes e longas; temperaturas máximas crescentes, pelas mudanças climáticas; e a limitação de fósforo, principal fator que caracteriza a baixa fertilidade dos solos desse Bioma. Diante de cenário tão adverso, esse trabalho se apresenta inovador, permitindo vislumbrar futuro promissor para os produtores que estão voltando seus olhos para esse Sistema, que, em comparação com o arroz irrigado, possui boas vantagens, como redução em torno de 51% no uso da água, menor emissão de gás metano na atmosfera (80 – 85%) e redução nos custos com preparação da terra e mão-de-obra.

Os dados dessa pesquisa divulgados aqui, ainda preliminares, indicam que a resiliência do arroz de terras altas está atrelada a um pacote tecnológico ambientalmente amigável e economicamente viável para os produtores. Até o momento, os trabalhos foram conduzidos em casa de vegetação. No verão 2021/22 e no inverno 2022, serão instalados em campo experimental para validação dos resultados, no Município de Porangatu, Goiás.

A equipe técnica responsável pelos trabalhos é formada pelos pesquisadores Marta Cristina Corsi de Filippi, Adriano Pereira de Castro, Maria da Conceição Santana Carvalho, Adriano Stephan Nascente, Marcia Thaís de Melo Carvalho e Carlos Magri, da Embrapa Arroz e Feijão; e Moemy Gomes de Moraes, da UFG, sob a coordenação da pesquisadora Anna Cristina Lanna.

Sucesso do Sistema de Arroz de Terras Altas

O arroz cultivado em terras altas, no Brasil, é produzido em várias regiões com o Bioma Cerrado, desempenhando papel social e econômico de grande importância. Na última década, em função da concorrência com soja, algodão e milho, a cultura apresentou redução em torno de 60% em área e 50% em produção. Além da presença dessas commodities, alguns problemas enfrentados no ambiente produtivo, como deficiência hídrica e nutricional, contribuíram também para esse decréscimo.

Diante desse quadro, os pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão vêm trabalhando em busca de soluções para essas e outras questões relativas ao arroz de Terras Altas. Os resultados estão fortalecendo a cultura e, nos últimos três anos, o Sistema ganhou força junto aos produtores e os grãos estão conquistando a Indústria, que já está fazendo chegar à mesa do brasileiro o produto colhido no Cerrado. Esse momento positivo é fruto de muito trabalho de pesquisa da Embrapa que, em quase 50 anos de estudos, transformou essa e todas as demais culturas no país.

Henrique de Oliveira/Ascom/Embrapa

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