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A falta de chuva continua castigando as lavouras de milho e a projeção é que a colheita da segunda safra do grão tenha a menor produtividade no país desde 2018. No Paraná, a perda já atingiu 40% e na região de Londrina, 60%. O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Norberto Ortigara, constata que, em 43 anos de profissão e acompanhamento de perto da agricultura no Estado, este é um dos momentos mais difíceis no campo em decorrência de fatores climáticos. Segundo ele, ¾ da safra do milho safrinha do Paraná está numa situação muito delicada.

Na região de Londrina, a situação é pra lá de preocupante. De acordo com o diretor comercial e engenheiro agrônomo da Belagrícola, William Guerreiro, a região enfrenta uma das piores secas das últimas décadas, com produtor perdendo até 100% da lavoura.

Embora o plantio do milho tenha sido um pouco tardio, devido ao atraso na colheita da soja, a maioria dos produtores plantou dentro do zoneamento, ou seja, dentro do período considerado adequado para o plantio. No entanto, a seca atingiu o milho em várias fases. “Teve região que a planta nem chegou a nascer. Está sendo um momento difícil para os produtores. Agora é torcer para que a chuva salve o que for possível, porque o preço do grão está muito bom e deve aumentar já que a demanda está normal e a oferta tende a cair ainda mais”, considera.

Os reflexos da situação das lavouras de milho podem ser constatados no acionamento do seguro rural. De acordo com Josefina  CamargoStellbrink, diretora da corretora de seguros Agrosafe, houve um aumento de 90% no acionamento do sinistro este ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ela avalia que os produtores estão bem mais atentos à importância do seguro e já o incluem no seu planejamento de safra.

Alguns fatores têm contribuído para maior procura pelo seguro rural, segundo ela: produtores mais conscientes; seguradoras ofertando produtos melhores no mercado, solicitação de contrapartida dos fornecedores de crédito; e o estímulo do governo federal, que vem oferecendo subsídio ao prêmio do cliente.

O produtor da região de Apucarana Douglas Iazarini, é um dos que faz seguro rural há muito tempo, tanto para as lavouras de verão quanto para as de inverno. E isso lhe dá tranquilidade. Depois de passar dois anos sem plantar milho reservou uma área de 20 alqueires, este ano, para a cultura. “Deixamos uma área pequena justamente devido às previsões climáticas”, informa.

Ele ainda não acionou o seguro, pois resolveu aguardar os impactos da chuva para ver como ficará a lavoura. “Mas ter o seguro é uma garantia de que não ficaremos com uma dívida. A gente não pode correr risco,  tem que ter esse amparo”, afirma.

Além do seguro, o diretor da Belagrícola lembra dos benefícios dos investimentos feitos na estrutura do solo. Na Belagrícola, informa Guerreiro, foi desenvolvido o conceito Construção do Perfil do Solo, em que técnicos orientam, de forma personalizada, cada produtor sobre a situação em que se encontra e como recuperar o solo de sua propriedade, fazendo o acompanhamento de cada etapa do processo. “Nós orientamos os produtores a fazerem esse investimento. Um solo bem nutrido resiste melhor a secas como a que estamos passando agora”, afirma.

Benê Bianchi/Asimp

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