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Agricultores precisão atender a critérios técnicos e ter estrutura mínima para receber assistência

A seleção dos 80 mil produtores que serão contemplados pelo programa Leite Saudável terá início em 15 de outubro deste ano, informou o secretário do Produtor Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Caio Rocha. A afirmação foi feita no último dia 29 durante o lançamento do programa, que visa a aumentar a competitividade do setor lácteo e a melhorar a qualidade do leite produzido no Brasil.

O Mapa e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) investirão R$ 387 milhões, até 2019, no programa, que contemplará os cinco principais estados produtores de lácteos do país: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Juntos, eles representam 72,6% da produção nacional. O Leite Saudável foi lançado nesta manhã durante cerimônia na sede da Embrapa, em Brasília.

O secretário Caio Rocha disse que os agricultores selecionados terão de atender a critérios técnicos, como produzir ao menos 50 litros de leite por dia, e apresentar estrutura mínima para receber assistência técnica, cursos de gestão e pacote tecnológico, como inseminação artificial. Os laticínios e as cooperativas locais, juntamente com o Sebrae e o Senar, auxiliarão na seleção desses produtores.

O programa terá sete eixos principais de atuação: assistência técnica gerencial, melhoramento genético, política agrícola, sanidade animal, qualidade do leite, marco regulatório e ampliação de mercados.

Consumo

De acordo com o secretário, um dos objetivos do programa é estimular o consumo de leite. Dados apresentados por ele mostram que a produção de lácteos no país cresce 4,4% ao ano, enquanto o consumo médio aumenta apenas 3,3% anualmente. “Isso mostra que temos espaço significativo para ampliação do consumo interno”, assinalou Caio Rocha.

Apesar da alta produção, a produtividade média do país continua sendo uma das mais baixas do mundo, de acordo com o secretário. O Brasil produz 4,4 litros de leite por vaca diariamente, taxa inferior a de outros países como Argentina (15,6 litros/vaca/dia), Austrália (15,6) e Nova Zelândia (11). “Elevar a produtividade e, consequentemente, aumentar a renda do produtor são o nosso grande desafio”, observou o secretário.

Sanidade

O secretário de Defesa Agropecuária, Décio Coutinho, falou sobre o eixo da sanidade. Entre as metas do Leite Saudável, está a erradicação da brucelose e da turberculose no rebanho leiteiro dos cinco estados. “As metas são arrojadas, mas, com envolvimento da cadeia, com certeza as atingiremos dentro do período estabelecido”, afirmou o secretário, esclarecendo que o trabalho de defesa agropecuária visa a conquistar mercados externos, diminuir a perda do produtor e reduzir a transmissão da doença a humanos.

Décio Coutinho destacou ainda que o Mapa publicará em breve a regulamentação da pequena agroindústria, estabelecendo procedimentos, instalações e equipamentos compatíveis com a atividade desses estabelecimentos. A medida, acrescentou o secretário, representará mais uma oportunidade de comercialização para os pequenos produtores.

“Não estamos abrindo mão de qualidade de produção nem de inspeção e higiene sanitária. Estamos falando de melhorias das regras para pequenos estabelecimentos, que não precisarão mais cumprir normas incompatíveis com o tamanho da sua produção”, explicou Coutinho.

Exportações

A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, disse que o programa Leite Saudável pretende triplicar as exportações de lácteos, com foco nos mercados da China – que compra 14% de toda a produção mundial de leite, o equivalente a US$ 6,4 bilhões – e da Rússia, que importa anualmente US$ 3,4 bilhões.

Priscilla Mendes/Asimp/MAPA

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