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A tecnologia no campo se sofistica em alta velocidade. Acabou o tempo do Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato, estereótipo do produtor rural da primeira metade do século passado, descalço e com lombrigas no ventre. Hoje, agricultor que não domina tecnologia de ponta, logo é expulso do mercado. Um exemplo é o tubo poroso de irrigação (Root Demand Irrigation - RDI), desenvolvido nos EUA, e que somente libera água quando a planta necessita dela. Isto é possível porque os tubos reagem aos sinais químicos dos exsudatos das raízes das plantas, fornecendo água às raízes na exata medida da “sede da planta”. Novos materiais, associados com o conhecimento do processo de emissão de exsudatos radiculares pelas plantas, permitem que o tubo detecte os sinais químicos que a planta envia ao ambiente quando precisa de água.

Como em um sistema convencional de irrigação, os tubos RDI são conectados a uma linha de suprimento de água. Os tubos são distribuídos pela área a irrigar, na profundidade adequada à cultura a explorar. Para obter sucesso, os tubos precisam estar muito próximos das raízes, para receber e interpretar o sinal químico das plantas, a fim de liberar água para o ambiente radicular. Assim, a água fica sempre disponível para alimentar as raízes a qualquer momento em que haja demanda e o desperdício é minimizado. Na água de irrigação podem ser adicionados insumos químicos solúveis, como fertilizantes ou agroquímicos.

Os estudos conduzidos até o momento, nos EUA, indicam que é possível economizar acima de 50% de água, quando comparado com sistemas convencionais. Isto porque o novo sistema trabalha com pressões muito baixas (0,14 kg/cm2), comparado aos sistemas convencionais (0,6-2 kg/cm2), e coloca a água no momento e no local certos para maior eficiência de seu uso. Menor consumo de água também significa menor demanda de energia, menor custo para o produtor e alimentos mais baratos.

O sistema já se encontra em uso comercial nos EUA e deve aportar brevemente em terras brasileiras. Será mais uma tecnologia a auxiliar o produtor rural, inclusive mitigando as oscilações de clima devido às mudanças climáticas, o que também beneficiará o consumidor de produtos agrícolas.

Décio Luiz Gazzoni é autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

Tecnologia na agricultura: irrigador só libera água quando a planta precisa

A tecnologia no campo se sofistica em alta velocidade. Acabou o tempo do Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato, estereótipo do produtor rural da primeira metade do século passado, descalço e com lombrigas no ventre. Hoje, agricultor que não domina tecnologia de ponta, logo é expulso do mercado. Um exemplo é o tubo poroso de irrigação (Root Demand Irrigation - RDI), desenvolvido nos EUA, e que somente libera água quando a planta necessita dela. Isto é possível porque os tubos reagem aos sinais químicos dos exsudatos das raízes das plantas, fornecendo água às raízes na exata medida da “sede da planta”. Novos materiais, associados com o conhecimento do processo de emissão de exsudatos radiculares pelas plantas, permitem que o tubo detecte os sinais químicos que a planta envia ao ambiente quando precisa de água.

Como em um sistema convencional de irrigação, os tubos RDI são conectados a uma linha de suprimento de água. Os tubos são distribuídos pela área a irrigar, na profundidade adequada à cultura a explorar. Para obter sucesso, os tubos precisam estar muito próximos das raízes, para receber e interpretar o sinal químico das plantas, a fim de liberar água para o ambiente radicular. Assim, a água fica sempre disponível para alimentar as raízes a qualquer momento em que haja demanda e o desperdício é minimizado. Na água de irrigação podem ser adicionados insumos químicos solúveis, como fertilizantes ou agroquímicos.

Os estudos conduzidos até o momento, nos EUA, indicam que é possível economizar acima de 50% de água, quando comparado com sistemas convencionais. Isto porque o novo sistema trabalha com pressões muito baixas (0,14 kg/cm2), comparado aos sistemas convencionais (0,6-2 kg/cm2), e coloca a água no momento e no local certos para maior eficiência de seu uso. Menor consumo de água também significa menor demanda de energia, menor custo para o produtor e alimentos mais baratos.

O sistema já se encontra em uso comercial nos EUA e deve aportar brevemente em terras brasileiras. Será mais uma tecnologia a auxiliar o produtor rural, inclusive mitigando as oscilações de clima devido às mudanças climáticas, o que também beneficiará o consumidor de produtos agrícolas.

Décio Luiz Gazzoni é autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

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