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São Paulo, em seus 645 municípios, começa a viver um novo tempo, apesar das restrições ainda mantidas em razão da Covid-19. Mesmo com o alto índice de infecção, internações e mortes, o governo estadual flexibiliza as proibições, permitindo que o comércio reabra suas portas e prometendo mais liberações para os próximos dias e semanas. Aquele grupo que sustenta o “fecha tudo” parece ter perdido força diante do aumento dos casos na pandemia e da crise econômica decorrente da falta de atividade. Espera-se bom senso tanto das autoridades quanto da população para não se colocar tudo a perder. Temos de continuar usando máscara, lavando as mãos continuamente, mantendo o distanciamento pessoal e evitando aglomerações.

Ao contrário das estabelecidas 8 horas por dia– das 11 às 19 horas – o comércio não deveria ser restrito a um período, mas alongado até para 24 horas nos estabelecimentos com estrutura para tanto. Com tempo maior de oferta de produtos, evitaria as possíveis aglomerações e daria mais força para o controle de acesso. Também evitaria que, ao começar ou terminar da jornada, as pessoas se aglomerassem no transporte público (ônibus e metrô) onde, apesar de proibidas, as aglomerações são flagrantes e frequentes sem que as autoridades tenham encontrado uma solução para o fenômeno.

Muitos dos comerciantes estão experimentando o gosto amargo de, além da própria situação difícil do seu negócio, reabrir as portas e verificar que muitos dos seus vizinhos não voltaram ao trabalho porque não conseguiram mantê-los durante a quarentena imposta. Outro desconforto da classe é a incerteza quanto à chegada dos clientes, visto que muitos estão desempregados e sem renda.

O comércio das cidades interioranas começa campanha que pede para a população comprar nas suas lojas locais. Isso porque as aquisições pela internet e outros meios eletrônicos canalizam a renda para as localidades onde estão instaladas as empresas vendedoras. O dinheiro deixa de circular na cidade do comprador, onde poderia sustentar outros negócios e, também, os impostos não são ali arrecadados como ocorre nas operações do comércio estabelecido. Independente da pandemia, a partição do imposto arrecadado nas vendas online é uma questão que ainda precisa ser estudada e resolvida. Detalhe importante: pequenos comerciantes dizem  não ter condições de operar no comércio eletrônico, pois não possuem produtos em grande quantidade, não têm poder de negociação de preços na compra do estoque e, também, não conseguem formar margem suficiente para ter seu lucro e arcar com os custos das plataformas, sempre superiores a 20%.

A nova situação é de esperança e de muito trabalho para readquirir a normalidade. Que a vacinação se apresse, os grupos e entidades médicas parem de divergir sobre o tratamento dos pacientes e, principalmente, que não continue a crônica falta de vagas para internação. Que o Poder Público (União, Estados e Municípios) invista e cumpra rigorosamente seus deveres fixados no artigo 196 da Constituição, que diz: A saúde é direito de todos e dever do Estado.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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