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Na gestão pública é muito comum vermos profissionais diversos assumindo áreas bastante específicas. Nas secretarias de obras e infraestrutura, por exemplo, nem sempre o profissional que está à frente da pasta é graduado em área similar a de atuação. Pode parecer exagero, mas o fato é que quando temos servidores públicos, representantes de importantes segmentos da sociedade, atuando em áreas que não são de seu completo domínio, os prejuízos podem ser grandes. Não digo isso em termos de funções e resultados, claro, afinal, estes secretários podem contar com profissionais especializados para os estudos, projetos e acompanhamento de execução das atividades efetivas das engenharias, agronomia e geociências. Porém, sabemos que quando o assunto é gestão, ter conhecimento de causa, entender as dores e oportunidades do setor e experiência prática podem ser fatores determinantes em quesitos como planejamento, projetos e até mesmo redução de custos e otimização de recursos.

Recentemente, tivemos um avanço significativo no Estado com o anúncio da estruturação de escritório de projetos executivos de Engenharia e Arquitetura para atender prefeituras municipais do norte do Paraná. Denominado Projetek, o novo espaço será instalado na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e deve atender demandas de empreendimentos públicos de cidades com menos de 30 mil habitantes e que não dispõem de setores de projetos.

É um exemplo que poderá ser seguido em outras regiões paranaenses, visto que a iniciativa une a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Paranacidade e a Associação de Municípios do Médio Paranapanema (Amepar) em prol de um objetivo comum: oportunizar mais estrutura e solidez para projetos executivos que podem auxiliar na captação de recursos nas instâncias governamentais e o acesso a fontes de crédito nas instituições bancárias, para o financiamento de construção de empreendimentos públicos.

É um avanço importante e uma iniciativa-modelo que pode ganhar força a partir do apoio do Governo do Estado e, também, dos governos municipais. É mais uma forma de tentar otimizar processos e fazer com que profissionais especializados exerçam suas funções específicas.

Nesse contexto, todos saem ganhando, mas principalmente a população, que vê avanços sem entraves ou erros quase sempre justificados pela falta de proximidade com o gestor/administrador da área de atuação; e a academia, que poderá oportunizar aos acadêmicos e futuros profissionais o contato com a prática real das profissões ligadas às construções, gerando engajamento, desenvolvimento de competências e habilidades e contribuindo para a formação de engenheiros, arquitetos e demais especialistas conectados com a realidade dos municípios.

Reforço que, enquanto Crea, respeitamos os gestores, independentes de suas formações e experiências, e sempre nos colocamos à disposição para auxiliar, oferecer informações técnicas e relevantes sobre as devidas áreas. Mas, ao mesmo tempo, reforçamos a mensagem de que, quando se trata de gestão pública, a efetiva participação de profissionais com conhecimento nas áreas de atuação é mais certeira para a segurança de toda a sociedade.

Ricardo Rocha, presidente do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná

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