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No nosso País (e também no mundo) temos vivido algumas tragédias, inexplicáveis aparentemente, mas que trazem grande tristeza e incompreensão a todos. Juntamente com elas, perdemos muitas vezes entes queridos, mortes prematuras que nos abalam profundamente, dentre outras misérias humanas.

E as perguntas que surgem nesses momentos são sempre as mesmas: por que tanto mal? Por que o mal existe no mundo? Muitas pessoas perdem a fé quando olham para tantos males, desacreditam de tudo e preferem acreditar que Deus não existe. Como teóloga e socióloga que sou (embora pareçam duas áreas contraditórias, mas podem não ser), depois de muito pensar cheguei a seguinte conclusão:

Existem três grandes causas do mal no mundo.

A primeira grande causa é a mesma pela qual Cristo morreu na cruz: a injustiça dos poderosos, a negligência, a idolatria do poder e do dinheiro. Hoje isso poderia se traduzir em injustiça social, idolatria do poder econômico e político, e outros ídolos pós-modernos como o individualismo, por exemplo. As vítimas nesse caso são os “Cristos crucificados”, como as vítimas de Brumadinho, de Mariana, em Minas Gerais, ou os meninos do Flamengo, no Rio de Janeiro. Ainda, os mortos do Haiti, das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, e de tantos outros desastres ecológicos. Somam-se a essas vítimas os danos à fauna e à flora, que são as riquezas de nosso País. Todas essas mortes são “crucificações” devido aos nossos ídolos: dinheiro, lucro, exploração da terra e da natureza, acúmulo de riqueza nas mãos de poucos, economia às custas do sangue alheio. São nossos “Cristos crucificados”.

A segunda causa do mal são as nossas ações que, se forem equivocadas, trazem consequências danosas para nós e para os outros: se somos alcoólatras vamos arcar com isso e os nossos entes queridos também; se dirigimos alcoolizados, em algum momento poderemos perder a vida ou tirar a vida dos outros; se não cuidamos de nossa saúde física, mental e espiritual também vamos ter consequências para nós mesmos; se somos arrogantes, pedantes, injustos, maus com as pessoas, colheremos os frutos dessas escolhas. A sabedoria popular é fantástica: “quem semeia vento, colhe tempestade”; “aqui se faz aqui se paga”; “tudo o que se planta, colhe” etc. E assim por diante, como dizem muitos outros dizeres populares. Ou seja, temos a liberdade e quando não a usamos com sabedoria, humildade, consciência, acabamos por errar muito e sofrer as consequências de nossos erros.

A terceira causa do mal é “quem não aprende no amor, aprenderá na dor”. Muitas de nossas “cruzes” devem servir de aprendizado, conversão, amadurecimento espiritual, lembrança de que todos vamos um dia morrer e precisamos cuidar de nossas almas, pois vivemos muitas vezes como se a morte não existisse, como se não houvesse mais nada após a morte, como se fôssemos somente esse corpo mísero e perecível, sem amar, sem nos doar, nos preocupando somente conosco mesmos, com nosso bem-estar fútil e superficial. Mas essa terceira causa do mal se transforma em bem, é aquilo que o ditado popular diz: “há mal que vem pra bem”. Esses males servem para nossa vida melhorar neste mundo, pois a felicidade começa aqui.

Arlene Denise Bacarji é professora do Centro Universitário Internacional Uninter, graduada em Filosofia, mestre em Sociologia e mestre e doutora em Teologia.

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