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As mais de 300 vítimas do lamaçal de Brumadinho (MG) nos enchem de tristeza. Por outro lado, dentro da tragédia, a imprensa de todo o mundo mostra a competência, o esforço, o destemor e o heroísmo dos bombeiros, homens e mulheres que priorizam a missão, independente dos riscos e sacrifícios. O objetivo é salvar vidas e, quando isso não for possível, pelo menos devolver os despojos para seus entes lhes oferecerem sepultamento digno e poderem continuar a própria vida sem o peso da pendência. Esses profissionais, com treinamento permanente e garra, sujeitam-se a voar a baixa altitude (o que envolve riscos) e, no contato com toda a massa do sinistro, se expõem a riscos de contaminação, ataque de animais estressados com a destruição do seu habitat e, até, de serem também tragados pela lama, que fez desaparecer as vítimas hoje procuradas.

A tragédia mineira reúne bombeiros de diversos estados que para lá se deslocaram com o objetivo único de servir e diminuir, o quanto for possível, o sofrimento dos atingidos. O trabalho é permanente, só parando na falta de luminosidade ou de condições meteorológicas. É o senso do dever a cumprir, presente nos militares, entre os quais os bombeiros, cuja história está permeada de sacrifícios em favor da causa abraçada.

Bombeiros existem desde a Roma Antiga. Depois de uma série de incêndios ocorridos no ano 22 aC, o imperador Cesar Augusto criou os “vigiles”, que se dedicavam à prevenção do fogo e ao patrulhamento das cidades e existiram até a queda do Império Romado (476 dC). Modernamente, ressurgiram na Europa, nos séculos XVI e XVII e ganharam força no século XVIII, com as invenções da bomba hidráulica e da mangueira. No Brasil a primeira guarnição de bombeiros foi criada em 1856, pelo imperador Pedro II. Desde 1915, são forças militares, no atual  sistema, que se desenvolveu para o emprego em atividades de defesa civil, prevenção e combate a incêndios, buscas, salvamentos e socorros públicos.

A presença do bombeiro é imperativo do desenvolvimento. Ele é o protetor do patrimônio e dos indivíduos. A história de todo o mundo reconhece sua importância e rende homenagens aos milhares de homens e mulheres do fogo e do salvamento que perderam suas vidas em defesa do semelhante e da sociedade. É por isso que se diz, sem qualquer medo de errar, que o bombeiro não e quem escolhe a profissão. Ele é, com certeza, escolhido por Deus  para exercer a nobre missão de servir, até além dos seus próprios limites físicos. Hoje é Brumadinho, um trabalho com visibilidade, mas todos os dias acontecem atos heróicos que nem ganham publicidade, mas fazem parte da gênese desse profissional que vai a extremos e chega até a perder a própria vida para salvar quem nunca conheceu, mas carece de seus préstimos. A eles, o nosso reconhecimento e gratidão...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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