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Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a prescrição da cloroquina, ou da hidroxicloroquina (medicação menos tóxica), pode ser feita diante de três situações: pacientes com sintomas leves, quando descartadas outras viroses e diagnosticada covid-19, pacientes com importantes sintomas respiratórios e pacientes, em estado grave, com indicação de terapia intensiva. Além disso, para que o tratamento tenha início, faz-se necessário o consentimento do paciente e de seus respectivos familiares. É imprescindível ressaltar aqui que ainda não há evidência robusta de que a cloroquina/hidroxicloroquina conduza o paciente ao quadro de cura. Entretanto, estudos observacionais apontam para a grande possibilidade de cura, conforme ressaltou a médica e cientista, formada pela Universidade de São Paulo (USP), Dra. Nise Yamaguchi.

Ao escrever sobre o uso da cloroquina/hidroxicloroquina, afasto-me da politização radical que se criou ao redor dos referidos medicamentos. Escrevo, adotando como base o parecer emitido pelo Conselho Federal de Medicina em relação ao uso da cloroquina/hidroxicloroquina. Ressalto aqui que a politização radical que ronda o uso da cloroquina/hidroxicloroquina se intensificou após o Dr. Davi Uip, Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, e o Dr. Roberto Kalil, Chefe do Setor de Cardiologia da USP, assumirem, publicamente, que fizeram o uso da hidroxicloroquina em razão de infecção pela covid-19. Diante disso, a população passou a se perguntar o seguinte: por que os médicos podem tomar hidroxicloroquina e o restante da população não pode? Os dois referidos profissionais da saúde obtiveram recuperação completa após o uso da hidroxicloroquina. Leitor, agora, pensa comigo, se a cloroquina/hidroxicloroquina fosse potencialmente letal para a população, certamente, o Conselho Federal de Medicina proibiria o seu respectivo uso. Não acha?

Dr. Mauro Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina, ressalta que tanto a cloroquina, quanto a hidroxicloroquina, vem sendo usadas há muito tempo no tratamento de outras doenças. Ressaltou também que tais medicamentos podem causar efeitos colaterais graves, ainda que raros. Ademais, o presidente do Conselho Federal de Medicina afirma que a decisão de tomar a cloroquina (ou a hidroxicloroquina) deve ser determinada a partir de diálogo franco entre médico (a), paciente e familiar(es) do paciente. Assim sendo, questões político-partidárias devem ficar do lado de fora dos consultórios médicos e do lado de fora dos ambientes hospitalares. Ainda sobre os efeitos colaterais da cloroquina/hidroxicloroquina, a médica e cientista Dra. Nise Yamaguchi afirma que cada paciente deve ser analisado individualmente. Dra. Nise Yamaguchi ainda afirma que o receio, diante dos resultados das mencionadas medicações, cresceu após pesquisa realizada com dosagens acima do permitido, no Estado do Amazonas.

Portanto, para enfrentarmos de forma efetiva a atual crise na saúde pública, causada pela covid-19, precisamos seguir cumprindo as orientações do Ministério da Saúde e seguir atentos ao que é orientado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Quanto ao uso (ou não) da cloroquina/hidroxicloroquina, o CFM já estabeleceu as circunstâncias nas quais o uso pode ser feito. Além disso, o CFM orientou que haja diálogo franco entre médico(a), paciente e familiar(es) do paciente para que a decisão de usar (ou não) a cloroquina/hidroxicloroquina seja tomada de maneira compartilhada. Em tempos de politização doentia, não podemos esquecer que a vida humana está acima de qualquer radicalização e/ou ideologia.

Anderson Luís Pires Silveira – Estudante de Medicina da UFSM - Centro, Santa Maria/RS  

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