Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

A presença entre nós do coronavírus já é uma realidade. Além do primeiro caso confirmado em São Paulo, espalham-se suspeitos por todo o território nacional, inclusive em cidades do interior. São quase 200 notificados, o que leva à expectativa de que existam ao redor de 300 brasileiros sob suspeita e os não identificados com a possibilidade de estarem transmitindo o mal às pessoas ao seu redor. Seria uma irresponsabilidade ignorar ou subnotificar o problema, pois isso criaria o ambiente ideal para a ocorrência da epidemia. Mas também é importante não se alarmar a ponto de promover a histeria e principalmente a corrida aos insumos supostamente inibidores do mal. As autoridades de saúde têm o dever de informar o verdadeiro quadro, através de comunicados oficiais e pelos meios de divulgação.

Não contribuirá em nada a circulação de boatos, ainda que com alguma feição de verdade, que levem a população a correr para comprar todo o estoque de máscaras, álcool gel e outros produtos ditos preservadores da saúde em relação ao vírus. O correto é que, conhecendo a extensão dos riscos, cada indivíduo esteja em condições de adotar suas precauções discretamente e, com isso, contribuir para a sanidade da população. Nada de mascarados, aloprados que higienizam as mãos a cada minuto ou adotam práticas restritivas mas continuam circulando para lugares desnecessários onde, aí sim, podem encontrar o corona. Esse quadro de pânico serviria apenas para os aproveitadores aumentarem os preços das máscaras, do álcool e de tudo o mais que se disser ser adequado para o momento.

O mundo ainda não sabe com certeza qual será a progressão do coronavírus, oficialmente denominado Covid-19. O certo é que ele surgiu em dezembro na China e hoje está em 47 países (inclusive aqui), já infectou 83 mil pessoas, da quais 2.858 morreram. Em contrapartida, 36 mil já se recuperaram. A maior parte dos casos está no hemisfério norte, onde é frio desde que o mal foi identificado. Não se sabe como ele se comporta no calor, que hoje vivemos no hemisfério sul e se prolongará pelo menos até o final de abril. Mesmo assim, as autoridades brasileiras estão mobilizadas e já determinaram a antecipação da vacinação contra a gripe, além de fazer o controle dos casos que começam a surgir, trazidos por brasileiros que viajaram ao exterior e por aqueles que com eles tiveram contato.

Toda epidemia assusta. Já tivemos até um presidente da República – Rodrigues Alves – morto por uma epidemia, a gripe espanhola, de 1918. Depois dela vieram dezenas de outras que o país enfrentou adequadamente e até hoje mantém controles, como a vacinação anal dos grupos de risco. Espera-se que o corona seja apenas a repetição dos males que, de tempo em tempo, varrem o mundo. Vigilância, empenho e racionalidade são os requisitos básicos para fechar as portas ao mal maior.  Isso sem esquecer da dengue, febre amarela, zika, chikungunya, gripe A, leishmaniose e outros males que também matam e são endêmicos em nosso país... 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br 

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.