Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

A invasão do Capitólio, pela turba que pretendia impedir pela força os parlamentares de validar as eleições presidenciais, é uma pratica do inimaginável e prova de que a ordem e o respeito perecem nos EUA o país-potência que, por muito tempo, foi, orgulhosamente, classificado como a maior democracia do mundo. Hoje, no lugar do tradicional respeito, coloca-se a desobediência civil, que ameaça retroceder a sociedade à barbárie. Sem juízo de valores sobre os atuais contendores - que teriam de melhorar muito para se comparar a democratas e republicanas do passado (Roosevelt, Kennedy, Carter, Eisenhouwer, Nixon, Reagan e outros) – esse clima ruim destrói o tecido social e, em se tratando de um país líder, tmbém pode influenciar o alastramento do mal a outras nações.

Convulsionados, os EUA não terão condições de auxiliar os parceiros ao redor do mundo, conforme sempre ocorreu. Aí acontecem episódios que levam à instabilidade e a possíveis ditaduras de diferentes matizes. Independente de esquerda ou direita, as extremas são nocivas. Democracia é a palavra-chave de que se servem todos os que querem assumir a liderança, inclusive aqueles que almejam estabelecer regimes ditatoriais e opressivos. E, à falta de lideranças, cria-se o clima propício às atitudes irracionais, especialmente o terrorismo que se vale de atos extremados para tentar destruir a ordem social e implantar seus métodos. Os próprios EUA registram frequentemente atos dessa natureza e a Europa mais ainda.

Como todos os países da América Latina, o Brasil também viveu momentos de desequilíbrio e terror. Depois da ditadura Vargas, encerrada em 1945, a democracia aqui estabelecida esteve sob permanente ataque ideológico até 1964, quandos os militares assumiram o poder, justificando que o faziam para evitar o risco da implantação do comunismo. Permaneceram 21 anos, afirmando-se democráticos e, depois que saíram, o período foi classificado pelos seus adversários como ditadura e assim é chamado até hoje. Vivemos desde 1985, o mais longo período democrático da história onde já ocorreram dois impeachments presidenciais, ex-presidentes e outras lideranças foram encarceradas e existe muita controvérsia, inclusive a nefasta judicialização da política, onde magistrados de carreira ou das cortes superiores interferem nas prerrogativas do Executivo e do Legislativo. Tudo isso leva ao desencanto do cidadão eleitor, manifestado na abstenção e votos nulos e brancos cada vez mais numerosos de eleição para eleição. Nossa democracia mostra-se imperfeita e carente de grandes reformas.

A sociedade, por suas forças, tem de reagir e rechaçar os extremismos e oportunismos que só podem beneficiar os militantes, mas não interessam à população. É preciso, por todos os meios, colocar no passado os maus hábitos e voltar a investir no desenvolvimento social e econômico e num Estado que cumpra suas obrigações para com o cidadão. A classe política tem um importante papel a cumprir. Em vez das contendas raivosas, é preciso buscar os pontos de entendimento e, principalmente, o bem-estar geral. Tudo o que se fizer diferente disso, será  investimento na inviabilidade e tirará o país do almejado futuro brilhante. O exemplo norteamericano de hoje não pode nos servir de parâmetro...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.