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Vivemos momentos difíceis na vida nacional. De um lado o governo de Jair Bolsonaro rejeitando as práticas e vícios consagrados na nossa trintenária democracia pós-64, como o é dando que se recebe, estandarte dos primórdios do “Centrão”, durante a Constituinte. O presidente, de pavio curto, bate de frente com os que o contrariam, e agita o ambiente, recebendo aplausos dos seguidores fiéis e pedradas dos adversários. O momento é de turras que não observam a realidade, nem a razoabilidade. Todos querem ganhar a briga, não importa de que forma e com que argumentos. A nós, cidadãos, que gostaríamos de simplesmente poder acreditar nos governantes, nos políticos e, igualmente, nos meios de comunicação – boa parte deles apontados contra o presidente – resta o incômodo de ter de viver julgando as atitudes de uns e outros, embora essa não seja a nossa vontade e nem vocação.

Incomoda-nos ser bombardeados diariamente com informes ideologicamente elaborados de que o governo – seja ele federal, estadual ou municipal – age inconveniente ou até criminosamente. Também é desagradável a premissa de que os veículos de comunicação são cooptados por ideologias e têm seu pessoal a serviço desse ou daquele grupo político ou de pressão e agiriam a soldo destes. Seria mais confortável se os governantes pudessem desenvolver suas atividades sem patrulhamento, mas respondendo por seus atos a quem de direito. E que a imprensa não fosse colocada na vala comum dos achacadores que se locupletam dos amigos que exercem o poder e perseguem os adversários que não lhes dão rendimento fácil e até indevido. Da mesma forma, gostaríamos que os parlamentares – hoje em grande número com o nome jogado na lama – fossem cidadãos de reputação reconhecidamente ilibada e acima de qualquer suspeita. Seria mais fácil a toda a sociedade.

Incorrigíveis otimistas, queremos que caia por terra o discurso desconstrutivo que virou moda no país e coloca na linha de suspeição governantes, parlamentares, membros de Judiciário e outras lideranças púbicas e privadas. Que as instituições sejam capazes de dirimir as pendências e, no devido tempo, clarificar as verdades, punindo os que restarem provados como faltosos e reabilitando os que tenham sido injustamente atacados, ensejando-lhes o direito à retorsão. Não se consegue construir a prosperidade de uma Nação sobre mentiras e mistificações. Portanto, é fundamental perseguir e desnudar a verdade, por mais crítica ou inconveniente que seja. Nada, sobre ninguém, deve ser varrido para baixo do tapete.

A última impropriedade denunciada é a compra da vacina indiana Covaxin, que o governo brasileiro teria pago 1000% a mais do que o preço de mercado – segundo o deputado Luiz Miranda (DEM-DF). O governo desmente e diz ter acionado a Polícia Federal para apurar. Fontes da Policia Federal dizem que o acionamento não ocorreu. Há que se apurar e colocar tudo em pratos limpos. Pouco importa a nós – cidadãos – quem deva ser punido, desde que a verdade prevaleça e quem com ela faltou seja chamado à responsabilidade.

Estamos fartos das narrativas que apontam como canalhas as lideranças políticas, veículos de comunicação e cidadãos que, bem ou mal, têm nome público e serviços prestados à coletividade. O nosso sincero desejo é que todos tenham a explicação plausível até para suas atitudes extremadas e que sejam elas moduladas, as irregularidades cessadas e – quando houver crime tipificado - ocorra a punição conforme determinam as leis. Só dessa forma é que conseguiremos voltar a viver em paz e ter as condições básicas para trabalhar, produzir e alçar o país ao desenvolvimento que, ocorrendo, será a garantia de melhores dias para nós mesmos e para as futuras gerações, compostas por nossos filhos, netos, bisnetos e demais descendentes.

Chega de contenda onde os participantes obedecem cegamente a velhas teorias ideológicas e são dotados da raiva figadal que não os deixa ver virtudes naqueles que não têm pensamentos iguais aos seus, mas podem ser bons parceiros para fazer a sociedade evoluir e proporcionar vida melhor a todos nós. Nesse quadro adverso, não é demasiado rogar aos céus: Deus, salve o Brasil...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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