Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Será que é possível conviver com a dor crônica?

Antes de falar se é possível conviver com uma dor crônica e como o fazer, sugiro que iniciemos uma conversa com essa dor. Mas conversar com a dor? Sim, pois é extremamente importante conhecermos que tipo de dor temos. Afinal, toda dor tem nome, tem origem e destino. Sua origem, muitas vezes, pode se tornar desconhecida, mas seu nome e destino têm condições de dialogarem com o “dono” dela.

O nome é o local! O destino ou objetivo sempre será uma alerta para defesa do corpo ou da mente. Se existe a dor, ela está querendo dizer alguma coisa, que algo não funciona bem. O problema é quando o mal funcionamento está na mente, na forma de pensar! E assim, após inúmeras consultas e exames, chega-se a uma conclusão: nenhuma conclusão! Os exames deram todos normais e a dor ainda continua lá.

Muitas dores crônicas possuem sua origem na forma catastrófica de pensar. Pensamentos que geram, automaticamente, tensões musculares, pura e simplesmente por defesa. Segundo a Terapia Cognitiva Comportamental, o que faz as dores diminuírem consideravelmente é a reestruturação cognitiva. Ou seja, tornar um pensamento, que é disfuncional, funcional; é tornar mais saudável um pensamento que está funcionando de forma doente. Esse processo, porém, é árduo, e não dá para tratar aqui. O mais indicado, nessa situação, é buscar um psicólogo e iniciar o processo de terapia associada e orientação médica.

Deixo aqui umas dicas de como essa conversa com a dor pode ser iniciada:

1) Reconcilie-se com sua dor. Aceite-a, porque ela existe! E por mais que você deseje ignorá-la, ela está firme e forte com você.

2) Elimine as verificações da existência da dor, as checagens. É o famoso: “Você está com dor?” “Estou com dor.” “O quanto está doendo hoje?” Esse tipo de movimento apenas potencializa a dor; e, muitas vezes, aquela dor que não era notada, ganha luzes, por meio dessa pergunta, e vem à tona.

3) Retire os benefícios que a dor traz. Seriam aqui os “ganhos secundários”: não ir à faculdade, não ir à escola, não trabalhar no dia em que está com dor, não cuidar da casa nem dos filhos, e ficar deitada o dia inteiro. São os comportamentos de não cumprir com as “obrigações” devido à dor.

4) Aja com a dor! Ela existe e não há nada que você possa fazer que irá eliminá-la. Então, sua vida não pode parar em função dela, pois todas as vezes que ela surgir, ficará cada vez mais forte a cada movimento de fuga que realizar diante dela. Por isso, levante e enfrente a dor, continue vivendo a rotina da vida mesmo com ela. Levante-se da sua cama e cumpra sua rotina; e tudo o que é próprio do seu ofício, seja ele com trabalho fora ou dentro de casa, mesmo que com um desempenho mediano ou inferior, pois já será melhor do que nada.

5) Realize atividade física, dance, ande de bicicleta, vá à academia, pratique crossfit regularmente. A atividade física também será sua dose medicamentosa. Faz parte do tratamento.

6) Busque práticas relaxantes contínuas, como massagem e afins. Acima de tudo, escolha viver! Assuma o controle de sua vida, pare de olhar apenas para uma dimensão dela, que é a dor crônica, e enxergue o todo a sua volta que você escolhe perder, por valorizar apenas a dor, pois é possível conviver com ela!

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.