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O Brasil é uma senhora encrenca e, obviamente, as repúblicas municipais dessa terra de botocudos acabam seguindo a mesma sina. Cada uma delas é uma senhorita encrenca.

Da mesma forma que em nível nacional nós temos “progressistas”, que querem continuar cometendo erros e malfeitos, e “conservadores”, que não medem forças para impedir que os malfeitos e erros sejam corrigidos, no plano municipal nós também os temos. “Progressistas” e “conservadores” que amam atravancar a vida de todos para facilitar a deles.

Não com o mesmo glamour que há nas esferas mais elevadas dessa gaiola alucinada que é a política brasileira, mas temos. Sim senhor, nós temos esse tipo de fera habitando bem próximo de nós.

De mais a mais, em meio daqueles que se denominam progressistas, como entre os que se proclamam conservadores, há uma boa quantidade de almas sebosas que fazem do oportunismo a sua ideologia e do fisiologismo a sua estratégia de ação.

Para ajudar essa turma em sua “empreitada democrática”, temos a dissimulação nossa de cada dia que nos dá hoje, e continuará a nos dar por muito tempo, que é o solo perfeito para que essas cartas manjadas, desse baralho sujo, possam cultivar suas promessas para enredar os eleitores desatentos e os safados também.

É. O mar não está pra peixe, mas as corredeiras dos próximos dias estarão ótimas para pescar votos. E os pescadores profissionais, juntamente com os de primeira pescaria, já estão se reunido com os seus pares para organizar a parada.

E a comparação das lides eleitorais com uma pescaria não é leviana não. De modo algum. Pescadores em todo território nacional são conhecidos por serem indivíduos que faltam com a verdade quando vão falar dos seus feitos. Todo mundo sabe que eles estão mentindo barbaridade quando contam seus causos, mas, mesmo assim, todos dão trela pra conversa deles e, cedo ou tarde, acabam caindo na lábia dos abençoados.

Bem, antes de continuarmos com nossa escrevinhada pra lá de cretina, vamos fazer um checklist bem rapidinho pra ver se tudo está nos trinques: vara e molinete registrados junto à justiça eleitoral. Confere. Iscas para fisgar os votos que estão dando sopa. Confere. Samburá. Confere também. Tarrafas para pegar aqueles votos mais matreiros que sempre mordem a isca, mas não fisgam o anzol. Confere. Então está tudo pronto para começarmos a brincadeira.

Pois é. A gente brinca, mas falando sério: já pensou no que será que essa turma toda conversa, discute e acerta em suas reuniões políticas? Deve ser um troço lindo de se ver. Só de pensar no assunto me vem à mente algumas cenas do filme “O poderoso Chefão”.

Ops.! Não falo isso por malvadeza não. José Osvaldo de Meira Penna, que entendeu a alma do Brasil como ninguém, em várias passagens de sua vasta obra apontava para o fato de que a organização e bem como o funcionamento da casta política brasileira – de norte a sul, do Governo Federal até as mais distantes municipalidades – seria similar ao funcionamento e a organização da cosa nostra.

Detalhe importe: similar não quer dizer idêntico, cara pálida, apesar de parecer igualzinho em muitos aspectos.

Por exemplo: lembremos da cena inicial do filme citado – O poderoso chefão. Chegam até Don Corleone vários caboclos para assuntar sozinho com ele. Razão: cada um queria pedir um favorzinho para o “padrinho”. Bem, favor ouvido, benefício feito, obséquio devido, compromisso firmado. Pois é. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Enfim, os chefes, chefinhos e chefões, juntamente com seus capos e associados, irão pescar nos próximos dias e, independente de quem seja o vencedor da bagaça, o eleitor ao final será provavelmente – espero que não - o grande perdedor.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela  -  dartagnanzanela@gmail.com

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