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A Nação vive a excitação de ver atrás das grades dois ex-presidentes, ex-governadores, ex-ministros e outrora poderosos parlamentares. É um novo Brasil, sem dúvida.  Há, no entanto, um verdadeiro cabo-de-guerra em torno de diferentes questões que, em outras épocas, passavam despercebidas, como, por exemplo, o contingenciamento (suspensão) de verbas do orçamento da União para diferentes setores,  a volta do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do ministério da Justiça para o da Economia, e outras questões pontuais. Uma legião de incautos é levada a pensar que só o Jair Bolsonaro cortou verbas para Educação, Saúde e outros setores, quando isso é atitude rotineira nos governos para evitar problemas no fechamento das contas. Quanto ao órgão controlador das contas bancárias, fala-se como se a retirada do controle do ministro Sergio Moro fosse levá-lo a não funcionar quando, na verdade, independente de onde esteja abrigado, continuará com suas funções e controlado pelo Poder Executivo. 

É preciso acabar com a desinformação e a hipocrisia. Sem isso será difícil alcançar as reformas e as medidas que necessitamos. Todo projeto governamental apresentado ao Congresso Nacional é passível de alterações, pois discutir, emendar e votar projetos é a função de deputados e senadores. Logo, quando fazem mudanças, apenas cumprem suas missões e isso não representa, necessariamente, a derrota do governo. Lembremos que o projeto não é do governo, mas do país. Situacionistas e oposicionistas debaterem e até chegar às vias-de-fato no calor da atuação não é o ideal, mas também não é coisa nova. O ruim seria deputados e senadores amorfos e omissos.

Todos os integrantes da cena política, administrativa, judiciária e social têm de ser conscientes de suas obrigações e, mais que isso, fazer tudo para cumpri-las com regularidade. O governo tem de governar, o legislativo legislar, o judiciário julgar e a sociedade atuar na suas diferentes frentes, todos visando o bem geral. Todos esses segmentos agindo de acordo com suas finalidades, levam a uma vida social equilibrada, justa e em condições de se desenvolver e proporcionar melhores condições à população.

O Brasil de hoje precisa desarmar os espíritos. Acabar com a intolerância de uns contra os outros, especialmente na área política e ideológica. Cada segmento, independente de sua orientação, tem de enxergar a realidade e não tentar impingir irrealidades. Temos de trabalhar para que tudo funcione de acordo com suas finalidades. Os órgãos públicos devem ter como “bíblia” os atos que os instituíram e não invadir as atribuições alheias. O governo não pode legislar e nem julgar, o Legislativo deve apenas legislar e o Judiciário se ater e acelerar as suas altas missões de apurar e julgar contendas e crimes.  Só dessa forma é que poderemos chegar à almejada sociedade em que o indivíduo buscará cumprir a lei porque terá a certeza de que se não o fizer será justamente identificado, julgado e pagar pelos erros cometidos. Em tempo: se os ex-presidentes e demais políticos hoje presos e outros que ainda vierem a sê-lo devem continuar encarcerados e sofrer outras punições, é a Justiça quem deve dizer, à sombra de processos isentos, seguros e justos. Nada mais...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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