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Consumada a posse de deputados e senadores e eleitas as mesas da Câmara e do Senado, o país vive sob o resultado das eleições de outubro. Tanto que se prevê para os próximos dias a chegada ao Congresso dos projetos da reforma da Previdência, da Lei Anticrime e de outras medidas do novo governo. Espera-se que, renovado, o Executivo tenha mais competência e foco do que os antecessores para propor as mudança, e que o Legislativo seja permeável às propostas, as discutam concretamente e, principalmente, ignore o nefasto viés ideológico que os remanescentes dos que levaram o país à crise poderão trazer para tumultuar o processo.

Que as medidas previdenciárias sejam sensatas, não privilegiando e nem prejudicando setores, mesmo reconhecendo suas especificidades. Que as propostas econômicas sejam acertadas, atraiam investidores para o país e desencorajem os brasileiros que, por falta de incentivo, hoje criam empregos no Paraguai, China e outras partes do mundo. A lei anticrime tenha o condão de tipificar comportamentos e ignorar os nomes das capas dos processos, mas todos os envolvidos em fraudes, sejam o dono do negócio, o contador, o consultor e os executores respondam pelos danos até com o patrimônio pessoal. E, ainda, que possamos continuar as reformas trabalhistas para evitar que privilégios octognários continuem escravizando a grande massa trabalhadora que tem direitos estabelecidos em lei mas, pela sua impraticabilidade, não tem emprego e, com isso acaba não tendo nada. É a hora de consertar todo o que a irresponsabilidade, o carreirismo político e a ideologia fragilizaram.   

Não podemos continuar com milhares de cabos eleitorais, parentes e outros indicados de gente importante recebendo salários do governo enquanto a máquina pública padece da falta de recursos para contratar servidores essenciais. Temos de eliminar privilégios tanto de indivíduos quanto de empresas que, em passado recente, sujaram o currículo comprando medidas provisórias e outras benesses cedidas à custa de renuncia fiscal e outros artifícios. Nossos bancos e programas oficiais de fomento têm de atender a todos e não apenas aos amigos do rei. Temos de passar o país a limpo, e a hora é agora.

Questiona-se, por exemplo, a existência da Justiça do Trabalho. O mais importante não está em não existir ou deixar de existir. Tem de deixar de ser classificada como pró-empregado e ante patrão para ser apenas justiça. Na Justiça como um todo, precisamos de celeridade.

Infelizmente o país viveu por décadas os arroubos do paternalismo e da exploração político-ideológica. Isso faz o povo sofrer com desemprego, violência e outros problemas decorrentes. Para estabelecer o desenvolvimento sustentável é preciso reparar os erros. É o recado das urnas que os eleitos – hoje empossados – não podem ignorar.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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