Evitar as mortes pela pandemia, a prioridade
Passamos a China e ingressamos como o 9° colocado entre as dez nações com maior número de mortes pela Covid 19. Na 18ª semana de convivência com o coronavírus, temos batido recordes de infectados e mortos. São 5017 vítimas fatais no Brasil epidemiologicamente ascendente e 4633 na China. Comparando a população brasileira (210 milhões) com a chinesa (1,4 bilhão) desvenda-se claramente a gravidade do quadro: o índice de mortes apurado na China é de 0,33 por 100 mil habitantes, enquanto no Brasil são 2,38 mortos por 100 mil. Proporcionalmente à população, temos 7,2 vezes mais óbitos que o país asiático berço da pandemia.
Esse quadro perverso exige empenho, responsabilidade e dedicação plena de todos os Poderes e indivíduos que possam contribuir para a solução. Não basta prover as cidades de vagas de emergência em hospitais, milhares de caixões e covas nos cemitérios e interromper as atividades produtivas com o recolhimento da população. É preciso unir forças e agir com sensatez para não correr o risco de exigir mais do que as pessoas podem dar. Cuidar para evitar que medidas radicais levem os vulneráveis, por desespero, a cometer saques, roubos famélicos e outros ilícitos. Mitigar os riscos de o combate ao vírus conduzir o país e a população ao colapso econômico e miséria.
É revoltante ver a classe política mais preocupada com as próximas ou futuras eleições do que com as mortes pela Covid 19 que, nos últimos dias têm esbarrado no meio milhar de brasileiros a cada 24 horas e pode ampliar-se para níveis ainda mais alarmantes. Parem, senhores e senhoras, de tentar derrubar o presidente, ministros, governadores, prefeitos e as instituições da sociedade brasileira. A prioridade deve ser combater a pandemia. Cumpram seus deveres de administradores, legisladores e agentes públicos nesse tempo de incertezas e, se necessário for, adiem as eleições municipais. Só voltem a cuidar do próprio umbigo depois que a tormenta terminar e o povo deixar de morrer em massa por esse mal. E atuem de forma a, depois, não ter vergonha do que fizeram e nem correr o risco de rejeição quando novamente forem bater à porta do eleitor e pedir o seu voto. A sociedade tende a não mais aceitar aqueles que se comportam como aves de rapina...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br
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