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Florianópolis completa mais um aninho, neste 23 de março. São 346 anos desde a sua fundação, em 1673. As comemorações incluem a inauguração do Elevado Rio Tavares (finalmente!), inauguração do sistema de limpeza do mar da Beira-mar Norte e lançamento do pacote de 135 milhões de reais em obras para a capital – que, cá pra nós, não é presente, é obrigação do poder público.

Mas nada da entrega da ponte Hercílio Luz, nem nada com respeito às pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Sales, que estão sem manutenção desde que foram inauguradas e, desgastadas, oferecem risco aos usuários.

Mas Florianópolis é mágica, não só pelo mito das bruxas, criado por Cascais, mas pelas suas belezas naturais, e merecia ser mais comemorada. A capital catarinense tem dezenas de praias belíssimas, tanto na ilha quanto no continente: praias de águas mansas ou de mar agitado, de acesso fácil ou por meio de trilhas, com infra-estrutura ou semi-desertas. Tem a Lagoa da Conceição: “Num pedacinho de terra / beleza em par! / Jamais a natureza / reuniu tanta beleza / jamais algum poeta / teve tanto pra cantar!”, como já dizia Zininho, em seu “Rancho de Amor à Ilha”, hino oficial de Florianópolis. Tem também a Ponte Hercílio Luz, que apesar de não ser mais usada é o cartão postal da cidade, conhecido no mundo todo e tombada como patrimônio histórico e artístico. O poder público promete devolvê-la aos florianopolitanos, mas a data sempre é empurrada para frente. A penúltima promessa foi 2018. Não entregaram.
Tem as rendeiras, tradicionais, que ainda fazem a renda de bilros, criando peças belíssimas. Tem a velha figueira, centenária, na Praça XV, a receber todos sob seus tantos longos braços, outro cartão postal. Tem os manezinhos, nativos da ilha, gente acolhedora e alegre que faz desta terra um lugar feliz. Infelizmente, a violência e a insegurança aumentam nesse pedaço de chão privilegiado.

Essa terra, abençoada por tanta beleza, cativa a gente de tal maneira, que uma vez aqui, é difícil ir embora, é difícil deixá-la.

Parabéns, Florianópolis, por mais um aniversário. Beijo o teu chão e desejo, veementemente, que a tua beleza maculada com a violência e a ganância, com desamor e desprezo pelo ser humano e pela natureza deixe de ser refém de criaturas indignas e de todos aqueles que a ferem, para que, num futuro próximo, possamos comemorar com mais alegria o seu aniversário.

Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que este ano completa 39 anos de literatura, Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. http://lcamorim.blogspot.com.br - www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br     

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