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Prevê o economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe que o Brasil perderá este ano 5% do seu PIB (Produto Interno Bruto), em razão da pandemia do coronavírus. Será percentualmente a maior das quebras no patrimônio produtivo nacional durante os últimos 120 anos e possivelmente da história, já que esse índice começou a ser apurado em 1901, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Só estivemos perto disso em 1990, quando o presidente Fernando Collor confiscou a poupança e tentou combater a inflação por decreto e o PIB caiu em 4,35%, e em 1981, quando a crise da dívida externa nos levou à perda de 4,25% do PIB anual. As quedas mais recentes foram de 3,5% em 2015 e 3,3,% em 2016, no descontrole que levou ao fim antecipado do ciclo do Partido dos Trabalhadores no poder. Não serve de consolo, mas é importante destacar que pior do que o Brasil estarão a Argentina, com queda de 5,2% e Equador e México, que encolherão 6%, segundo a previsão do organismo econômico internacional.

Essa previsão catastrófica aumenta a responsabilidade das autoridades e dos influenciadores da economia nacional. É preciso combater a pandemia pelo seu lado médico e de Saúde Pública, mas não devem negligenciar no trato econômico do problema. O país precisa estar em condições de voltar a produzir e faturar assim que a pandemia terminar. Os governos, eleitos para administrar a coisa pública e cuidar dos interesses da população, têm o dever de encontrar o ponto de equilíbrio entre as vertentes. Não bastará apresentar um eficiente trabalho na área de saúde e, ao final, legar ao povo uma terra economicamente arrasada. É preciso, acima de tudo, abandonar as fogueiras de vaidade e a interesseira linha político-eleitoral para pensar exclusivamente no bem da Nação.

Embora a prioridade seja o combate à Covid 19 e sua velocidade de infestação, há de se entender que ela é passageira e existem instalados no país males endêmicos como dengue, sarampo, zika e chickungunya entre outros, que também afetam a população e nesse ano já mataram silenciosamente 200 brasileiros. É necessário tomar medidas eficazes e com os menores efeitos colaterais porque há o risco destes serem maiores do que o próprio mal. Já assistimos outros surtos e epidemias e em nenhuma deles decretou-se o recesso geral como o hoje em vigência. Os responsáveis por essas medidas precisam se certificar de que essa é a única providência cabível porque, em caso contrário, terão muitos problemas a enfrentar além, é lógico, da impopularidade que poderá advir do sofrimento e da miséria da população desempregada, desesperada e com fome...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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