Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

O fim do século 20 e início do século 21 foram marcados por uma reestruturação das escalas espaciais no planeta, que inaugurou uma nova fase na sociedade brasileira. Somada à globalização, alterou as estruturas produtivas e as relações técnicas e sociais de produção. Diversos padrões organizacionais e territoriais foram modificados, com impactos políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientas, tecnológicos e, sobretudo, educacionais.

No campo educacional, as mudanças foram verificadas com a criação de um número expressivo de Instituições de Ensino Superior (IES), bem como sua interiorização, alterando a dinâmica do território. No Paraná, o cenário já descrito provocou a passagem de um Estado fundamentalmente agrícola para um Estado urbano e industrializado, que demandava mão de obra qualificada.

De acordo com o discurso neoliberal, presente nos formuladores da política econômica paranaense, a passagem para o modelo industrial promoveu desenvolvimento econômico e impulsionou negócios em diversas cidades. Algumas delas passaram a ser polos territoriais de comercialização e industrialização de bens e serviços. Nesses locais, a demanda por qualificação e especialização da força de trabalho era maior. Portanto, buscava-se nas IES formas de atender às demandas do mercado.

A relação existente entre as universidades e o desenvolvimento é estreita, podendo ser endossada pela literatura econômica, em que se sustenta a educação como fator de extrema relevância para o avanço de um País. Portanto, as IES contribuem para o desenvolvimento local e regional, uma vez que apresentam papel ímpar no desenvolvimento das regiões brasileiras. Isso porque criam e disseminam novos conhecimentos e inovações.

A relação entre desenvolvimento e essas instituições pode ser usada, também, para explicar as origens das desigualdades territoriais na produção e distribuição da renda nacional.

A influência das IES sobre determinadas regiões tem sido apontada como fator de transformação local e regional. Não se pode mais contar de forma exclusiva com a atração de empresas de grande porte ou de novos empreendimentos para promover desenvolvimento. É preciso fomentar ações para formação do capital humano, pois as IES geram, sistematizam e difundem conhecimentos científicos e culturais. Contribuem para transformação social e econômica em todos os países, mas principalmente naqueles que estão em desenvolvimento, como o Brasil.

As IES têm a missão de gerar e transmitir conhecimento, formar capital intelectual, incentivar as inovações e promover a transferência de tecnologias. Com isso, desencadeia-se um processo de mudança econômico-social por meio da criação de um ambiente intelectualmente diferenciado. Este facilita o processo de transformação das estruturas produtivas da região onde está localizado, ocasionando fluxos financeiros e monetários. O mercado de trabalho passa a contar com um número significativo de profissionais qualificados, com ampliação do acervo local de conhecimento, concretizando processos efetivos de inovação.

Renata Adriana Garbossa Silva é coordenadora do curso de Geografia do Centro Universitário Internacional Uninter.

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.