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Passadas as eleições e os impactos de mudança dela decorrentes, o esperado é que o novo governo tenha condições de trabalhar. Passe, dessa forma, a concretizar as propostas e promessas feitas durante a campanha que levou seu titular ao posto. Por mais drásticas que sejam as alterações, seu conteúdo deve ser encaminhado aos canais competentes – o Congresso Nacional, especialmente – para que deputados e senadores, como representantes do povo e das unidades federadas, as discutam, promovam as alterações que entenderem pertinentes, e votem. É um momento importante que, bem aproveitado, poderá gerar as mudanças que beneficiem a população.

No entanto, o que temos visto ao longo desses quase quatro meses do novo governo é uma montanha de intolerâncias que tiram o foco do principal e dão relevo a disputas de grupos, fragilizam instituições e só prejudicam a vida nacional. As redes sociais - cuja força foi demonstrada no período eleitoral, onde o presidente, hospitalizado depois da tentativa de assassinato, fez a vitoriosa e pouco onerosa campanha - têm sido usadas para verbalizar o ódio de uns contra outros e veiculação de ofensas e boatos. Isso não pode prevalecer, mas também não justifica ações extremadas como as partidas do STF que, por dias, trouxeram de volta a censura aos meios de comunicação. Em vez de determinar a retirada de conteúdos, os ministros Alexandre Moraes e Dias Toffoli, se entendem que a questão merece novo tratamento, deveriam se debruças sobre a matéria e encaminhar como sugestão ao Congresso Nacional, uma proposta de alteração constitucional que dê regulamentação mais contemporânea à questão, criando salvaguardas às novas tecnologias sem, contudo, reeditar a censura. E que se proceda como o Congresso, soberanamente, vier a decidir.

O Brasil precisa curar-se de muitos males acumulados ao longo dos irresponsáveis anos em que os cofres de empresas estatais foram irresponsavelmente abertos, a corrupção existiu e a nefasta ideologização tomou conta de órgãos de governo, salas de aulas e importantes segmentos da sociedade. Essa cura, no entanto, depende de espaço para o governo – tanto o federal quanto os estaduais – colocarem seus programas em prática. É preciso acabar com o clima de ataques tanto de fora para dentro dos governos como dos seus seguidores para com os adversários. As instituições e a sociedade como um todo precisam de tranquilidade para cumprir suas obrigações. O confronto para nada serve, a não ser para atrasar as soluções que tanto necessitamos.

A política nacional carece, cada dia mais, da ação de bombeiros para cessar os sinistros e dar segurança ao ambiente. Os incendiários têm de ser contidos e, se insistirem, enquadrados para responder conforme a lei por seus excessos. Um país não pode viver em permanente contenda...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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