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A semana passada, aventurei-me a sair, para um longo passeio, na minha cidade. Passeio a pé, porque ainda não frequentei o transporte público.

Sai mascarado. Mal tinha percorrido um quarteirão, deparei com outro mascarado, meu velho amigo.

Ao cumprimentá-lo, à “cotovelada”, ele disparou, apontando para o periódico que comprara na banca da esquina:

- “Não sei para que ainda o compro… Aliás toda ou quase toda, a mass-media, anda “mascarada”. Tanto dão no cravo como na ferradura…”

Como percebesse, pela minha expressão, que não atingi, onde pretendia chegar, acrescentou:

- “ Como sabes, há países, como os Estados Unidos, onde os meios de comunicação, têm ideologia politica e religiosa ou ambas. Noutros, preferem serem neutrais…Como se fosse possível – ao articulista de opinião, – não ter opinião! …

“ Atiram para o ar ou escrevem em letra de forma, pareceres, fazem comentários, a favor ou contra, de harmonia com os interesses de ocasião ou de indivíduos.

“ Deste modo, enganam os leitores desprevenidos, que são a maioria, que chegam, na sua inocência, afirmar: “ É verdade! … Li no jornal! …”

Betrand Russell, duvida, in: “ A Conquista da Felicidade”, que haja, nos USA, jornalista, que acredite na independência do seu jornal.

Parecia-me mais honesto, tirarem a “ mascara” e dizerem: somos de: Direita, Centro ou Esquerda; que parecerem, o que não são.

E o mesmo se passa em alguns jornais religiosos, quer sejam: católicos, evangélicos ou de crença não cristã, vestindo máscaras, para não mencionarem a denominação.

Certa vez fui a Florianopólis, e fiquei estupefacto: entrando na Catedral, vi, sobre os bancos, jornalzinho de certa seita!

E no adro, duas gentis meninas, distribuíam, com sorrisos felizes, a publicação! …

Não me deveria espantar, porque, na cidade do Porto, encontrei, numa igreja da baixa, sobre mesinha, montão de jornalequinhos de seita ortodoxa. Nem Igreja Ortodoxa – que merece a minha simpatia e respeito, – eram! …

E mais atónito fiquei, ao verificar, sobre os altares, “ santinhos”, com a direção da seita e local de culto! …

Na política, como na religião, é preciso separar as águas, não se vá beber inquinada, pensando potável! …

Em democracia – se a há, – cada um deve ter a liberdade e segurança, de dizer o que pensa, desde que não ofenda.

Só há democracia plena, quando há opiniões e pareceres divergentes, que se escutam e se respeitam. Caso contrário, é: democracia” camuflada” ou “ditadura democrática”, como dizia, a rir, antigo condiscípulo, já falecido.

Humberto Pinho da Silva - Blogue luso-brasileiro: "PAZ"  - http://solpaz.blogs.sapo.pt/

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