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Com a chegada do inverno, aumenta o número de casos de infarto. Isso ocorre, porque, no frio, os vasos sanguíneos se contraem e a pressão arterial tende a aumentar. Tal circunstância facilita o desprendimento de placas de gordura que estavam aderidas à parede do vaso. Além disso, no frio, as artérias se contraem de forma involuntária e há uma maior chance de formação de trombos. Tais trombos podem provocar a obstrução da passagem de sangue, por exemplo. Em razão disso, diante de sinais e/ou sintomas que possam indicar a existência de um infarto agudo do miocárdio, o indivíduo precisa, urgentemente, procurar uma unidade de saúde. Infelizmente, em razão do coronavírus, as pessoas estão com medo de sair de casa. Tal situação ocorre em razão das narrativas e do terrorismo diário, envolvendo o coronavírus. Segundo a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), houve 70% de redução nos atendimentos de infarto no país. Essa realidade precisa, urgentemente, ser alterada.

O medo de procurar uma unidade de saúde, diante de sinais e/ou sintomas de infarto, segundo Dr. Ricardo Costa, cardiologista e integrante da SBHCI, está acarretando o aumento da taxa de mortalidade, em decorrência de infarto, e o aumento do número de pacientes que passam a carregar sequelas em razão do não tratamento do infarto agudo do miocárdio. Esse medo do cidadão, certamente, dá-se em razão das narrativas terroristas, envolvendo o coronavírus. Tais narrativas, além de prejudicarem a saúde mental das pessoas, fazem também com que os indivíduos passem a ter medo de sair de casa. Dessa maneira, em razão do medo de contrair o coronavírus, as pessoas estão infartando em casa. Por isso que disse e repito, diante da suspeita de um infarto: NÃO FIQUE EM CASA! Independente de ter histórico familiar de doenças cardiovasculares ou não, faz-se necessário que, diante de sinais e/ou sintomas que possam indicar um infarto agudo do miocárdio, o indivíduo procure a unidade de saúde mais próxima para que seja feita a investigação do seu respectivo caso pela equipe médica.

O quadro clínico típico de infarto agudo do miocárdio pode ser caracterizado da seguinte maneira: dor torácica (dor no peito) prolongada, em aperto ou em queimação, que pode irradiar para a mandíbula, para o pescoço e/ou para membros superiores (braço direito ou esquerdo). Além disso, essa dor típica pode ser acompanhada de sudorese (suor), náusea e/ou vômito. Cabe ressaltar aqui que mulheres, idosos e pacientes com diabetes podem, diante de um infarto, apresentar um quadro não típico: dispnéia (falta de ar), arritmia (batimento irregular) e/ou síncope (episódio de desmaio). Diante de algum desses sinais/sintomas, o indivíduo precisa, urgentemente, procurar uma unidade de saúde para que seu respectivo quadro seja avaliado por uma equipe médica. O médico, diante do quadro clínico, do eletrocardiograma do paciente e do exame dos marcadores de lesão miocárdica, descartará ou não a existência de um quadro de infarto agudo do miocárdio. Independente de ser infarto ou não, faz-se necessário que o indivíduo procure ajuda, quando suspeitar que possa estar sendo acometido por sinais e/ou sintomas de infarto agudo do miocárdio.

Portanto, como diz a campanha da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista: “O infarto não respeita quarentena”. Em razão disso, fique atento (a) aos sinais que possam estar sendo emitidos pelo teu corpo. Se sentir algum dos sinais e/ou sintomas que foram mencionados durante o texto, não pense duas vezes, procure imediatamente uma unidade de saúde. Ademais, aprenda a filtrar as muitas informações que chegam a ti durante o dia. Não permita que as narrativas mal intencionadas tirem a tua paz, prejudiquem a tua saúde mental e sequestrem teu bem-estar. No mais, cabe aqui um último recado: não se esqueça de tomar sol e praticar exercícios, sempre que possível, não se esqueça também de se manter hidratado (a), de tentar manter uma alimentação saudável e, principalmente, não se esqueça de cuidar bem do teu coração.

Anderson Luís Pires Silveira – Estudante de Medicina da UFSM - Centro, Santa Maria-RS - andersonpires.ufsm@gmail.com

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