Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Os policiais estavam postados bem na curva. Dessa forma os motoristas e motociclistas não poderiam escapar da batida. Ou passavam ou eram parados pelos agentes de trânsito. Uma boa parte das motos fiscalizadas, os condutores não usavam o capacete e por isso não poderiam prosseguir. Teriam que ir buscar um ou pedir para que outra pessoa levasse o veículo para a casa. Mas há um jeitinho para essa situação. O guarda de trânsito explicava que a multa por conduzir moto sem capacete era alta mas se fosse premiado com uma caixinha tudo poderia se resolver pela metade do preço. A maioria esmagadora pagava e continuava o trajeto sem o equipamento considerado de segurança no trânsito. A prática de corromper o agente do estado é tão comum que geralmente o condutor nem espera pelo pedido, vai logo pondo umas notas no meio dos documentos que entrega a autoridade. Afinal é uma pequena corrupção que não se compara com as grandes negociatas flagradas pela justiça. Uma coisinha sem importância considerando-se o valor da propina.

A empresa estatal de petróleo resolveu participar de um movimento de combate a corrupção nacional. Bancou uma campanha publicitária em todo o país. Ocupou espaço nas mídias tradicionais e sociais com apelos para que todos se mobilizassem contra a corrupção. Até mesmo nos postos de combustível implantados em todas as  auto estradas  foram espalhadas faixas com as mensagens da campanha de combate á corrupção. Isso não incomodou os políticos suspeitos de  acumularem propina às custas dos impostos pagos pela população. Chama a atenção da campanha anti corrupção ser bancada por uma empresa e não pelo  governo. De certa de forma é uma demonstração que o Estado não tem força suficiente para o combate de uma praga nacional, uma verdadeira endemia que se estende das camadas mais altas aos mais miseráveis.

O advento das mídias sociais puseram pilha na cidadania e graças a facilidade de filmar, gravar, compartilhar, muitas ações viralizaram e passaram de mão em mão. Aumentou a indignação daqueles que não compactuam com essas práticas e sabem que elas correm a cidadania e a democracia. Mas há uma esperança no ar. A  denúncia dos policiais de trânsito corruptos foram mostradas na internet. Estavam bem na entrada da cidade de Bangalore, na Índia. A petroleira Barhat assumiu o financiamento da campanha anti corrupção alertando o público em geral contra os males dessa prática.. Em um país com mais de um bilhão e 300  milhões de habtirntes parece uma tarefa impossível e inglória. Mas a ética da  cultura hindu está ao lado da cidadania. Os deuses não são corruptos e não perdoam os que a praticam. A raiz está na epopeia que conta o nascimento mítico da Índia, o Ramayana. O herói Rama vence o combate contra o diabo graças ao apoio do irmão, dos aliados macacos. A fidelidade de sua esposa Cita é um exemplo dignidade e de respeito às tradições. Até mesmo o inimigo derrotado na batalha final, cai de pé, não usa subterfúgios nem golpes baixos para abater o herói. O exemplo do combate à corrupção da Índia pode servir de exemplo para outros países. Mas será que a Petrobrás bancaria uma campanha como a sua sósia Barhat?

Heródoto Barbeiro é editor chefe e âncora do Jornal da Record News em multiplataforma

Facebook: facebook.com/herodotobarbeiro

Twitter: twitter.com/hbarbeiro

Instagram: instagram.com/h.barbeiro

Youtube: youtube.com/herodotobarbeirooficial

Site – herodoto.com.br

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.