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Lemos no jornal que a maior transportadora de valores do país começa a converter 800 carros-fortes e a maior produtora de bebidas fará o mesmo com 102 caminhões de entregas. Movidos a diesel. Esses veículos receberão sistema para tração elétrica, que apresenta vantagens operacionais, além de menor exigência de manutenção. Nos próximos meses, os primeiros convertidos estarão rodando. Essa é uma grande notícia, ainda mais quando também informa que temos instalada no país a tecnologia necessária e agora o que falta é o desenvolvimento do produto e legislação que regule principalmente as conversões veiculares. É verdade que também carecemos de preços convidativos, o que fatalmente ocorrerá com a produção em escala, da mesma forma que no passado assistimos com a televisão colorida, o videocassete e outros produtos tecnológicos, lançados a preços proibitivos (e, por isso, vendidos em consórcio) mas, em pouco tempo disponibilizados pelo equivalente a um décimo do valor original.

Resguardadas as diferenças entre as duas épocas – nos anos 70 o país era fechado às importações de muitos produtos e hoje é globalizado – o mesmo poderá acontecer com os veículos. Desde 2016, por razões ambientais, o mundo investe massivamente no veículo elétrico, que já era discutido e experimentado desde o começo da indústria automobilística, época em que se optou pelo motor a explosão. Quando a indústria do carro elétrico tiver volume de produção, os preços certamente se reduzirão e estes deixarão de ser exclusivos para  grandes corporações ou usuários endinheirados, podendo gradativamente atender a faixas de médio poder aquisitivo. Hoje, o automóvel elétrico de menor preço no Brasil custa R$ 175 mil – preço de carro de luxo – e a conversão de um usado pode variar entre R$ 40 mil e R$ 100 mil ou até mais. Mas o importante é que o grande problema, que era a falta de autonomia, já está solucionado com as baterias de lítio, ainda importadas. Quem não tem problema com o custo, já pode converter para eletricidade até veículos esportivos de alto desempenho.

A União Européia trabalha para banir o carro a gasolina já em 2025. O Reino Unido prevê eliminar o uso de combustíveis fósseis – gasolina e diesel – até 2035. Existem diferentes propostas de eliminação do devirado do petróleo por todo o planeta. Evidente que deverão colocar a tração elétrica no lugar do motor à explosão. Pensamos que o Brasil precisa participar dessa corrida e adotar providências. Normatizar a produção de veículos elétricos, as conversões e, se necessário, criar incentivos que possibilitem a implantação dessa nova linha industrial e a tornem acessivel à população.

Por outro lado, o governo deve – com toda urgência – definir um caminho para se desfazer da Petrobras. A energética, uma das maiores do mundo apesar de recentemente ter sido saqueada pelos esquemas de corrupção, também constitui uma ilha da fantasia que só beneficia seus felizes funcionários com benesses e direitos nababescos e mantém seus produtos a preços elevados para a população. É crucial colocar a companhia e todos os campos de petróleo no programa de privatização enquanto o mundo ainda consome os derivados em larga escala. Se não fizer, restará com um “cemitério” técnico e econômico nas mãos e, mais uma vez, o povo brasileiro arcará com os prejuízos. Petrobras e sua estrutura permanecerão apenas com seus vícios perdulários e não terá como sustentá-los.  Pensem nisso os estrategistas da infraestrutura. Antes que seja tarde...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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