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Mesmo antes da posse, o novo governo federal já anuncia o ataque à seca do Nordeste, a grande chaga nacional identificada desde o longínquo ano de 1580. O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, vai a Israel buscar informações de como aquele país transformou o deserto numa área produtiva e, através de parcerias, cuidará da instalação de equipamentos para a dessalinização da água para a lavoura e consumo humano e animal. Coloca em prática o que se prometeu em todas as campanhas eleitorais e foi esquecido após a posse dos eleitos, desde o momento em que o país começou a ter eleições.

Ao escolher o problema nordestino como um dos pontos importantes do seu governo, o presidente Jair Bolsonaro deve estar consciente de que o trabalho não se restringe à implantação de tecnologia na região. Também precisa combater a cultura da indústria da seca, onde alguns lucram e a maioria sofre com o fenômeno. Mais do que o ministro da Ciência e Tecnologia, também deverão se fazer presentes os serviços de apoio à população das Forças Armadas e agências governamentais, para garantir o acesso da população aos recursos, e até o Ministério da Justiça, para o enquadramento de quem, por alguma razão, insistir em continuar a exploração do mais fraco. O Congresso Nacional poderá ajudar criando, discutindo e votando leis que finalmente integrem e acabem com o sofrimento do sertanejo acossado pela falta de água. Ainda mais: as ações têm de ser continuadas para evitar que os esforços oficiais, pagos com o dinheiro público, caiam nas mãos dos contumazes exploradores da miséria da população.

Além da tecnologia israelense, é preciso concluir o serviço de transposição das águas do São Francisco, promover a perenização dos rios e implantar reservatórios que garantam água no período de estiagem. Estudos revelam que a média de chuva no semi-árido nordestino é superior à de muitas regiões da Europa onde, apesar da escassez do líquido, não há a miséria. É uma questão de utilização equilibrada dos recursos naturais. Tudo deve ser feito como missão de redenção regional, afastando-se ideologias políticas, interesses subalternos e, principalmente, a exploração do sertanejo por seus tradicionais rufiões políticos e econômicos. A região já possui bons exemplos de desenvolvimento em polos frutícolas e em outras atividades ao longo do Rio São Francisco que, com uma política equilibrada, se multiplicarão e livrarão o nordestino de migrar em busca de sustento e oportunidade. Em alguns anos, o hoje pobre e explorado Nordeste poderá se transformar em mais uma região desenvolvida do país e, em vez de receber ajuda, também contribuir para a grandeza da economia nacional. Questão de foco, ação e perseverança...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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