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A visita do candidato Jair Bolsonaro à sede do BOPE, a polícia de choque do Rio de Janeiro, é a demonstração de seu propósito de fazer cessar a ação vitimista que sucessivos governos, interessados exclusivamente na captação de votos, permitiram e até incentivaram rumo ao enfraquecimento da instituição policial e consequente fortalecimento da criminalidade. O policial, que recebe do Estado uma arma como instrumento de trabalho, carece da segurança jurídica para utilizá-la na defesa da sociedade e da própria vida. Não pode ser punido ou desmerecido simplesmente por ter atirado para conter uma ação criminosa. Existem, nas corporações, regulamentos e procedimentos próprios para analisar as ações e, quando se apura inconformidade, a punição é exemplar. Mas demagogia e fraqueza dos governantes eleitoreiros, a cegueira proposital dos defensores dos criminosos e a ousadia destes próprios, que passaram a agir em represália, só tem um objetivo: a criminalização do policial.

A cultura cultivada nas últimas décadas por aqueles que atribuem a titularidade de direitos humanos exclusivamente aos criminosos, traz ao policial a apatia funcional e o natural instinto de preservação e autodefesa. Mesmo assim, os radicais inimigos da classe e da instituição policial, sempre que conseguem, armam suas ciladas e muitas vezes levam o profissional de segurança ao truncamento da carreira e até à perda do emprego, só porque cumpriu sua obrigação de enfrentar o crime.

Os policiais, tanto militares quanto civis, esperam do governo de Bolsonaro, já virtualmente eleito, apenas o reconhecimento de seu direito de exercer a atividade dentro dos regulamentos, sem o risco de irem para a execração, a prisão e o ostracismo. Ninguém da classe pede “licença para matar”. Isso é coisa de cinema. Mas, quando ocorrem mortes decorrentes de confrontos, não há que se falar prioritariamente em violência policial. Até porque o criminoso morto, ao agir, assumiu o risco. E ainda mais: também ocorrem perdas de vidas entre os policiais, tanto em confronto quanto em represália dos criminosos à sua atividade profissional.

A missão da polícia é prevenir e combater o crime. Para tanto, é armada. É preciso acabar com a hipocrisia. Aceitar que o policial aplique no seu dia-a-dia as técnicas e recursos que lhe foram disponibilizados em treinamento. E confiar que as corporações, como braços armados do Estado, fazem o devido controle de seu pessoal. O crime tem de ser combatido e o criminoso levado às barras dos tribunais para saldar suas dívidas com a sociedade. Sem isso, a população jamais voltará a desfrutar da almejada segurança...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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