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Como os casos do coronavírus no Brasil ainda não são alarmantes, pois a grande parte contraiu o vírus em viagens fora do país e não a contaminação em massa, como ocorre em outros países, os efeitos negativos acabam que ainda não são tão preocupantes e não gera decisões drásticas, porém, é importante se atentar às consequências que podem ser terríveis.

Em todo o mundo, o desempenho fraco do comércio, principalmente na China e Itália, que atualmente são os países mais afetados, tem refletido em inúmeros setores da economia que vão desde as atividades mais básicas, como alimentação e educação, até o segmento do transporte marítimo, os quais estão com sérias restrições em envio de mercadoria por contêiner.

Esses efeitos negativos da exportação atingiram drasticamente a China, potência que até “ontem” competia seriamente com os Estados Unidos e, hoje, sente o enfraquecimento de suas produções, que só são possíveis com a atividade humana. Com as fabricações estremecidas, a falta de confiança do mercado e diminuição da mão de obra, o maior comércio mundial atualmente está praticamente paralisado por conta dos efeitos do “corona”.

A Itália com a nação inteiramente em quarentena ou os Estados Unidos com proibição de entrada de visitantes da Europa e Ásia. Japão, Rússia, Nova Zelândia, Indonésia, Israel, Alemanha, Coreia do Sul e Norte, entre outros lugares também implementaram restrições semelhantes, a fim de conter a contaminação. Observando as decisões que o mundo tem tomado, chego à conclusão que nosso país não está preparado para uma paralisação como ocorre na Itália, especialmente no setor de embarques marítimos, pois não temos estrutura portuária para uma longa interrupção.

Além disso, os efeitos da pandemia diante da dependência mundial da China atingem o transporte aéreo. Estamos presenciando queda do número de vôos internacionais, como ocorreu com a Delta, que reduziu em 20% as viagens para o Japão e Estados Unidos, e limitou também em 20% as idas para Europa e Ásia. A fase é tão alarmante, que já existe empresas aéreas solicitando falência, como a companhia aérea Flybe, que sede no Reino Unido.

O impacto do coronavírus nos negócios está chegando a um patamar insuportável. Na segunda semana de fevereiro, a Bolsa de Valores brasileira, que vinha em crescimento recorde com 110 mil pontos alcançados nos últimos meses, teve quebra, e atingiu 72 mil pontos, após a chegada da pandemia no país. E tal tragédia econômica refletiu diretamente no dólar, que contabilizou o valor exorbitante de R$ 4,80.

Mas, o leitor deve estar se perguntando onde quero chegar. Pois, bem, com a China em total caos comercial, perdendo forças na exportação, assim como outras potências, é hora de o Brasil ficar em alerta e aproveitar que esses drásticos efeitos que temos visto mundialmente não sejam repetidos por nós, pois ainda temos a situação da pandemia sob controle. Precisamos reforçar a nossa indústria, o comércio local e investir nos fabricantes, principalmente os fornecedores que estão ligados à saúde pública no geral, que são fabricantes e distribuidores de máscaras para proteção respiratória, luvas para profissionais da saúde, produtores nacionais de álcool em gel. Além, claro, dos nossos agricultores e geradores de emprego. Precisamos nos proteger do coronavírus, pelo bem da saúde pública e pela nossa economia.

J. A. Puppio é empresário, diretor presidente da Air Safety e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”  (simone@comuniquese1.com.br)

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