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Além de investir na reforma da Previdência – que atrai maior atenção – o governo federal busca o barateamento e, quando possível, a eliminação dos aluguéis pagos por seus cofres que, só neste ano, consumirão R$ 1,2 bilhão. Por enquanto a medida é federal, mas o ideal seria se governadores e prefeitos também partissem para um programa de austeridade, evitando essa sangria nos recursos provenientes dos tributos recolhidos da sociedade. Até porque, ao mesmo tempo em que milhares de imóveis são locados pelo poder público, existem outros milhares de propriedade oficial desocupados, que se deterioram e, além de perder o valor imobiliário, ainda causam problemas urbanos e sociais.

Fez bem a Presidência da República ao devolver o “escritório” que mantinha na Avenida Paulista, um dos endereços mais caros de São Paulo, local que, por inúmeras e não airosas razões, caiu na crônica política do país. Assim como ele, milhares de outros estão espalhados pelo território nacional apresentando um luxo incondizente com qualquer repartição pública de uma administração que enfrenta dificuldades e fecha com déficit há anos. Em todos os lugares é fácil encontrar comentários – verdadeiros ou não – de cidadãos que estranham o preço dos aluguéis pagos e afirmam serem os imóveis pertencentes a  amigos, empresas ou instituições que têm relações com os governantes ou administradores responsáveis pela locação. É comum também se considerar que os valores desenbolsados pelo poder público são acima dos de mercado.

A chegada da tecnologia com robotização de processos, digitalização dos antigos arquivos de papel e filmes, entre outras coisas, tornou obsoletos e ciosos muitos imóveis públicos e de empresas que se mudaram ou cessaram atividades e suas sedes ficaram sem função nem interessados. O exemplo mais marcante é o das ferrovias que, sucateadas, deixaram de operar (pelo menos como faziam antes) e sua longa relação de imóveis – estações, escritórios, oficinas, armazéns e outros – abandonados e hoje a maioria deles em ruínas. Com simples reformas, infinitamente mais baratas do que os aluguéis, poderiam ser recuperados e abrigar as repartições e serviços públicos. E por que assim não se procedeu? A essa altura, mais importante do que procurar culpados, é encontrar a solução que seja mais econômica.

Os governos – federal,estaduais e municipais – têm o dever de economizar os recursos que chegam aos seus cofres. Esse dinheiro, que é do povo, tem de ser prioritariamente aplicado nos serviços que o governo tem obrigação de prestar à população: Educação, Saúde, Segurança e outros. Não pode ser desviado para beneficiar injustamente alguns e nem para dar a impressão, pela suntuosidade das repartições, de que vivemos num país rico. É preciso cortar todas as “gorduras” e buscar a eficiência. Fazer o máximo com o mínimo de desembolso...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br 

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