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No último trimestre do ano passado, tivemos a impressão de que o pior da  Covid-19 já havia passado. Diante da baixa do número de casos, as restrições foram reduzidas e até os hospitais de campanha desativados. Respiramos com certo alívio e muitos de nós pensaram já poder voltar a vida ao normal, mesmo com as informações de que a Europa e a China viviam um segundo tempo da pandemia. A idéia era que, se ocorresse, esse fenômeno só chegaria por aqui no começo da estação fria do ano. Fizemos as eleições em dois turnos, festejamos o Natal e o Ano Novo e, embora proibido, até o Carnaval chegou a ocorrer clandestinamente, assim como festas de diferentes gêneros em todos os quadrantes do país. Aí o mal voltou, com força maior do que nos piores dias do primeiro ataque. Contabilizamos hoje 255 mil mortos, com média diária de 40 mil novos infectados e 1208 vidas perdidas, segundo o levantamento dos últimos sete dias.

É preciso todo esforço – dos governos, das equipes médicas e da população em geral – para enfrentar esse novo estirão de contagio, sofrimento e morte. Nós, do povo, devemos fazer todo o possível para não contrair o vírus, pois pouco dele ainda se sabe e tem sido comum casos de pacientes salvos que, tempos depois da alta hospitalar, perecem pelas sequelas e complicações adquiridas durante o tratamento. O melhor, sob todos os aspectos, é não adoecer e, assim que possível, obter a vacina como preventivo ao mal.

O lockdown ou isolamento horizontal, inicialmente adotado, nem sempre funciona porque, ao que se ficou sabendo, muitos idosos e portadores de comorbidades que os levam a fazer parte do grupo de risco foram infectados dentro de suas próprias casas por outros membros da família que, andando de ônibus ou convivendo em outras situações sociais, adquiriram o coronavírus e o trouxeram para o lar. O indicado é que todas as pessoas evitem os locais de aglomeração e adotem comportamentos protetivos como o distanciamento pessoal a pelo menos um metro e meio, o uso contínuo de máscara e a higienização das mãos com álcool gel ou água e sabão para evitar que, tendo tocado em local contaminado, traga o vírus para as mucosas da boca, olhos, nariz ou a possíveis machucados e arranhões pelo corpo.

Evitar aglomerações engloba ficar distante das pessoas, observar distanciamento maior daqueles que falam alto ou gritam – porque suas emissões podem ir mais longe – e, evitar apertos de mão, abraços e beijos ao encontrar as pessoas, não fazer nem receber visitas, mesmo dos membros da família. Apesar do desconforto e da saudade que pode bater, o melhor é que os contatos com pais, filhos, netos, tios, sobrinhos e outros familiares se faça pelo telefone ou redes sociais que, felizmente, hoje são eficientes e permitem até a conversa com imagem. Esse procedimento traz segurança e resolve pelo menos parcialmente o problema da saudade. Lembremos que, se a Covid-19 infectar nós e alguns dos nossos, a saudade poderá ser eterna. 

Quanto às autoridades – de todos os níveis – espera-se que parem de divergir e mirem seus recursos e esforços na direção do combate à pandemia. Remem todas para uma mesma direção e garantam com a maior eficiência possível, tanto o tratamento para os adoecidos quanto a vacina para os demais. Isso é obrigação de todos os que um dia se apresentaram e ingressaram à vida pública. Deixem as divergências para depois que a pandemia acabar e o povo parar de morrer precocemente. Não só digam, mas demonstrem com ações o seu compromisso com a população que sofre...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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