Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

O “Pacto pelo Brasil” -, que os presidentes Jair Bolsonaro (da República), Dias Tóffoli (do Supremo Tribunal Federal), David Alcolumbre (do Senado) e Rodrigo Maia (da Câmara dos Deputados)  poderão assinar no próximo dia 10 - precisa ter o condão de fortalecer as instituições, para evitar que continuem atacadas, manchadas e enfraquecidas pela intolerância, ideologização, desobediência civil e outros maus hábitos do momento. O acordo precisa ter força para impedir o clima eleitoral extemporâneo e o confronto, que levam ao questionamento e escandalização de todas as medidas do Executivo, do Legislativo e até do Judiciário. Note-se que, desde o impeachment de Dilma Rousseff, os atos dos poderes da República são fortemente questionados e lançados na esteira da crise. A turba mantida a pão e mortadela durante os governos petistas é acionada irresponsavelmente até para questionar medidas corriqueiras, como o contingenciamento de verbas orçamentárias realizado pelo atual governo, que também foi aplicado pelos anteriores sem que ninguém sequer manifestasse estranheza.

É preciso mais decência e compromisso com a Pátria. Nada deve impedir o direito do povo se manifestar, mas o cidadão não pode ser usado como massa de manobra para sustentar interesses de grupos, sejam eles eleitoreiros, econômicos, de vingança ou até de impunidade a crimes e impropriedades cometidos. O Brasil, como qualquer país, necessita de paz e trabalho para o governo e o parlamento cumprirem suas agendas e o Judiciário exercer sua extensa e importante tarefa de modular as contendas. Não pode cada ato provocar uma mobilização e o espectro de uma crise. Os membros do Executivo, do Legislativo e do Judiciário têm suas tarefas e responsabilidades, carecendo de condições e espaço para cumpri-las. Do jeito que se tem feito, corremos o risco de não avançar e, com isso, as instituições deixarem de cumprir seus deveres e de contribuir para afastar as dificuldades.

Os presidentes que hoje miram o pacto precisam exercer suas obrigações com empenho e vigor. Não permitir que seus pares e os subordinados potencializem o desentendimento ou tenham atuação temerária. O comandante tem de manter a chefia de sua tropa e dela cuidar para evitar que os integrantes façam ou sejam vítimas de ações equivocadas. Em primeiro lugar, há de se considerar que o governo propor projetos e o parlamento modificá-los não é nenhum problema, mas o cumprimento da obrigação; e o Judiciário decidir contrariamente às expectativas criadas sobre o assunto em pauta, também não é nada de extraordinário. Para todas as controvérsias há o remédio. Nas relações Executivo-Legislativo, sempre que não concordar com o que foi aprovado na Câmara e no Senado, o presidente da República pode vetar, e os congressistas têm o direito de aprovar ou rejeitar o veto. No Judiciário, as decisões são passíveis de recursos. Tentar resolver as divergências pela pressão das manifestações, protestos e meios afins, não serve à democracia e nem à governabilidade.

Dirigentes e membros das instituições. Como se diz em relação ao motorista e o seu carro no trânsito, “não faça de sua atuação uma arma, porque a vítima poderá ser você”...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.