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Trabalhei em três órgãos públicos até hoje: Sanepar, Câmara de Londrina e IBGE – neste último, por duas vezes, uma como agente de pesquisas, e outra até recentemente, como jornalista). Foram relativamente curtas passagens e nas quais em nenhuma fui demitido. Saí porque quis (fi-lo porque qui-lo, como diria o Jânio Quadros), geralmente porque via coisas que me incomodavam e não continuei pagando o preço pela permanência. Nessas experiências, presenciei exatamente alguns dos pontos negativos apontados pelo Arthur Lima nesse vídeo.

Vi gente dar o seu melhor, ralar mesmo, e não ganhar nada a mais por isso (talvez uma “estrelinha” ou “portaria de elogio”, como diz o Lima), e ainda ter que engolir o coleguinha preguiçoso do lado, que não executa nem o mínimo que as atribuições do cargo requerem, ganhando exatamente o mesmo, ou às vezes mais, no caso de cargos diferentes.

Vi gente bem-intencionada, vocacionada e talentosa, frustrada porque via projetos seus, úteis e valiosos para a sociedade, permanecerem eternamente engavetados, seja pela burocracia estrutural do serviço público, seja por conta de uma má vontade dos superiores com inovação, o que também é algo estrutural, já que ela bate de frente com uma cultura organizacional que ninguém quer mudar, que dá trabalho mexer, vespeiros que ninguém quer botar a mão etc.

Vi gente muito qualificada, que deixou excelentes cargos em grandes empresas da iniciativa privada em busca da tão sonhada estabilidade, mas que é profundamente infeliz, por exercer um serviço chato, burocrático, desmotivante, que não exige nem dez por cento de suas habilidades, e cujos olhos só brilham naqueles poucos segundos destinados a registrar o ponto eletrônico no fim do expediente.

Faz anos que sou concurseiro, que almejo um lugar ao sol no serviço público, em busca da bendita estabilidade. Mas, sabe, estou revendo essa meta. Estabilidade não é tudo. Há outras coisas bem mais importantes na vida profissional do que isso, por exemplo: você estar satisfeito com o ambiente, com a cultura, com as regras, as possibilidades que o trabalho te oferece/impõe.

Rever rumos é sempre salutar.

Edson Vitoretti – Jornalista em Londrina – PR

(https://www.youtube.com/watch?v=tnIEM9R9Jdg)

#JornalUnião

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