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Os números divulgados por pesquisas eleitorais influenciam a realidade. Saber em que proporção representam a posição dos cidadãos poderia, muito bem, ser uma das 12 penitências de Hércules. Requer esforço sobre-humano do qual me declaro incapaz. No entanto, sinto-me habilitado a afirmar que se as pesquisas mais recentes expressarem algo próximo da realidade, temos duas opções :

1ª) a maioria do eleitorado brasileiro é um fenômeno parapsicológico, cuja opinião e cujo querer só pode ser captado por pesquisadores dotados de poderes supranormais; ou

2ª) esses eleitores viraram argentinos (que é a hipótese menos absurda).

Os brasileiros conservadores já deveriam estar acostumados ao fato de que as pesquisas erram e erram feio. Até quando colhidas em boca de urna. Já deveriam saber que muitas delas são a própria campanha eleitoral fora do período eleitoral.

Os números anunciados pelas emissoras de TV são o palanque, e os comentários são os comícios nestes meses que antecedem o início das campanhas propriamente ditas. Em alguns casos, como nas análises da Globo em relação às avaliações do governo Bolsonaro, quase se ouve o espocar dos foguetes.

É absurdo imaginar que essa maioria identificada pelas pesquisas, outrora formada por ruidosos militantes, tenha emudecido, cravado facão no toco, decidido votar em Lula e quer, literalmente, que tudo mais vá para o inferno. Esse notável movimento de massa faz, em silêncio, aquilo que os argentinos fizeram ruidosamente, encaminhando a nação vizinha para acelerada venezuelização.

O sujeito oculto dessa revolução ou o objeto oculto de sinistra manipulação vestiu terno, colocou gravata, ajeitou o cabelo e isso, em nada contribuiu para dar-lhe um ar de gente séria. Na Europa, Lula tem sido paparicado pela esquerda que vê nele a possibilidade de retomar o poder e restaurar a hegemonia que tão caro custou e continua custando ao Brasil.

A maioria do eleitorado não pode votar em Lula e, ao mesmo tempo, querer liberdade, defender princípios e valores morais, proteger a instituição familiar e a inocência da infância, desejar o combate à corrupção e o fim da impunidade...

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. puggina@puggina.org

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