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O novo coronavírus que veio da China está parando o mundo e, infelizmente, há que parar, para que mais pessoas não fiquem doentes. Temos que ficar em casa, todos nós, para que não contraiamos a doença e para que não a passemos, se estivermos infeccionados. Temos que seguir o protocolo de higiene, largamente e repetidamente divulgado e sair de casa só o estritamente necessário: para ir ao supermecado, à farmácia, ao trabalho, se não houver maneira de levar o trabalho para casa, se bem que muitos locais de trabalho estão fechando, para que não haja pessoas muito perto umas das outras.

E ficando em casa, temos que nos ocupar, temos que encontrar atividades para ocupar o tempo, pois chega uma hora em que tudo o que podia ser feito em casa já foi feito. Então temos que ter livros para ler, bons programas e filmes para ver, música para ouvir, jogos para nos entretermos, brincadeiras e um menino Rio, esse ser iluminado, para curtir e alegrar tudo, se for possível.

É tempo de solidariedades e há muitas delas. Queria falar de algumas, dessas que em tempos de ficarmos em casa, nos encantam e nos fazem abençoar o tempo disponível. Falo de iniciativas como a do espetáculo Rua das Pretas, que era apresentado todos os sábados num palacete do bairro Príncipe Real, aqui em Lisboa, pelo cantor e compositor Pierre Aderne. Ele cantava e trazia cantores brasileiros, portugueses – o fado não pode faltar, é claro -, americanos, caboverdianos e por aí afora, numa tertúlia intimista deliciosa, como se fosse na sala da gente, regada a ótimos vinhos.

Não podendo mais abrir o palácio do Príncipe Real, Pierre faz o espetáculo on line, virtual, e a gente pode ter o Rua das Pretas no aconchego do nosso lar. Pierre fica no palco costumeiro do espetáculo e cada cantor, de sua casa mesmo, seja no Brasil, em Portugal ou outro lugar, é colocado na tela do Instagram junto ao apresentdor e canta, para deleite da gente, dentro de nossas casas. E assim, nos dão de presente o seu melhor produto, o que sabem fazer melhor: a sua música. Para nos embalar a alma, para apaziguar o coração e nos lembrar que, apesar de tudo, não estamos sós.

Essa solidariedade me emociona. Como a da professora de dança Renata, em Florianópolis, que também lança mão da tecnologia e dá aulas de alongamento via instragram. Ela pensou em nós, no fato de ficarmos em casa parados e nos possibilita alongar-nos, com a sua ajuda. Isso não é fantástico?

Como a minha filhota Fernanda que, a partir de sua casa em Nice, na França, nos dá aulas de pilates, para a gente manter uma boa atividade física, para nos mantermos ativos, saudáveis. Isso não é fenomenal? São humanidades, diria eu!

Como a nossa filhota Daniela, que pode nos dar aulas de educação física, no nosso apartamento na Luzboa, o que também nos ajuda a manter-nos em forma, em tempos tão singulares. E o Rio ainda ajuda a mãe dele nesse trabalho solidário e tão importante para todos nós, com sua alegria de viver contagiante.

Isso é tudo! Essas, dentre tantas outras solidariedades, são algumas das solidariedades que podem mudar nossas vidas. A generosidade de alguns seres humanos privilegiados que podem salvar a vida de outro seres humanos.

Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://lcamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

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