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Assistimos, durante o final de semana, os confrontos nas fronteiras do Brasil e da Colômbia com a Venezuela, pela entrada da ajuda humanitária que os Estados Unidos e aliados destinaram àquele país a pedido de Juan Guiadó, autodeclarado presidente interino em oposição a Nicolás Maduro, acusado de fraudar a eleição presidencial. O espetáculo dado ao mundo é deprimente e causa profunda pena do povo venezuelano, submetido à ditadura chavista. Alimentos e medicamentos foram queimados na fronteira por aliados do governo que tenta se manter apesar de  não ser reconhecido por 50 países, entre os quais o Brasil, Estados Unidos e Comunidade Européia.

Maduro, cada dia mais isolado, pois perdeu seus parceiros que no passado governaram Argentina, Brasil, Equador, Paraguai e outros países da região, luta com todas as forças para se sustentar. No domingo proferiu um longo discurso em Caracas, cheio de expedientes muito parecidos com os que seus parceiros esquerdistas utilizaram nos diferentes países da área, inclusive no Brasil. O governo brasileiro, apesar de rompido politicamente com Maduro, a ponto de tê-lo desconvidado para a posse do presidente Jair Bolsonaro, adotou como estratégia fazer a ajuda humanitária chegar até a fronteira, em Pacaraima, mas não forçar a entrada em território venezuelano e nem empregar força militar. Apenas manteve a ordem, socorreu vítimas dos conflitos fronteiriços, e participa do esforço internacional para conseguir a saída de Maduro por via diplomática.

Brasileiros, argentinos, paraguaios e outros povos da região sofreram durante a última década os efeitos do avanço das esquerdas em seus governos. A reação do povo é que levou às mudanças que tendem estabelecer uma nova geopolítica na região. Todos os vizinhos já receberam milhares de refugiados venezuelanos que correram da crise naquele país. Mas não têm condições de atendê-los como necessitam, pois também têm seus problemas e carências. Por isso é que a região trabalha pela solução política da crise. Se os venezuelanos não aceita mais o chavismo, que escolham novos governantes como já fizeram os outros países que mudaram de orientação política.

Oxalá o Grupo de Lima – do qual o Brasil faz parte – juntamente com  Comunidade Européia, os Estados Unidos e organismos internacionais encontre uma solução para a Venezuela, sem a necessidade de intervenção militar. Depois de 20 anos, o chavismo parece ter chegado ao final de seu prazo de validade. A Venezuela precisa voltar à normalidade e, principalmente, os 3 milhões de refugiados da crise terem segurança e oportunidade de retornar à sua pátria e ajudar na tarefa de reconstrução. O Brasil não vai à guerra e trabalha pela paz...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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