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A Câmara de Vereadores de Londrina foi palco nesta quarta-feira (6/8) de depoimentos emocionados e relatos de fatos históricos que revelaram a violação aos Direitos Humanos ocorrida em Londrina e região no período de 1946 a 88, principalmente na vigência da Ditadura Militar Brasileira. Durante os períodos da manhã e da tarde e até o início da noite, a Comissão Estadual da Verdade do Estado do Paraná Tereza Urban (CEV/PR) e o Fórum Parananense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça colheram oito depoimentos que deverão compor um banco de dados da história do Paraná durante o regime de exceção, informações que se somarão ao trabalho realizado também no âmbito nacional.

“Queremos contar a história dos vencidos, realizando uma grande pesquisa no Estado sobre a real abrangência das graves violações aos Direitos Humanos sofridas por aqueles que resistiram ao estado de exceção vivido no Brasil”, disse Márcio Mauri Kieller Gonçalves, integrante da Comissão da Verdade, acompanhado durante o evento por Ivete Caribé da Rocha; Olympio de Sá Sotto Maior Neto, Maria Aparecida Blanko de Lima e Norton Nohama. Constituída em novembro de 2012, a CEV/PR já realizou oito audiências em todo o Estado e se prepara para a entrega do relatório final, em dezembro deste ano, à Comissão Nacional da Verdade.

“Além do importante aspecto da recuperação da memória, a Comissão deve apresentar ainda propostas que façam justiça à revelação de novos fatos, como a revisão dos regimentos das universidades, fruto de um modelo ditatorial; e a alteração de nomes de logradouros públicos que mutias vezes homenageiam aqueles que promoveram a violação aos Direitos Humanos”, disse Márcio Kieller.

Igualdade – Já na abertura dos trabalhos que contou com a participação de representantes de entidades parceiras, a vereadora Sandra Graça (SDD), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Legislativo Londrinense falou da importância da realização do evento na cidade - apoiado também pelo gabinete da vereadora Lenir de Assis (PT) - para o restabelecimento de uma nova história, que reconhece a todos como iguais perante a lei.Logo depois, os protagonistas desta nova história, que começa a ser contada sob a ótica dos movimentos de resistência, deram início aos depoimentos.

Muito emocionada, a vereadora Elza Correia (PMDB) foi a primeira a ocupar a tribuna para contar a pressão vivida pela sua família por conta da opção política do seu pai, já falecido, Manoel Jacinto Correia, militante comunista, vereador em Londrina no período de 1946 a 51, preso de 17 vezes e objeto de cinco inquéritos policiais. “Pensei em não participar desta audiência porque realmente reviver determinadas situações e lembrar fatos, não é uma festa”, disse Elza Correia, apontando para frase escrita numa faixa fixada na lateral das sala das sessões que dizia: “Para quem foi torturado, visitar o passado não é uma festa”. E prosseguiu: “Mas entendo que esta não é uma história minha, mas sim a todo povo braseiro. Por isso estou aqui”. No período da manhã, os depoimentos foram encerrados com a participação do advogado Oscar do Nascimento.

No retorno aos trabalhos, a Comissão da Verdade ouviu os médicos Mario Seki e Júlio Higashi, estudantes da UEL à época da Ditadura Militar; o empresário e ex-preso político Amadeu Felipe, o sindicalista Geraldo Fausto dos Santos além de Marília Polis, cuja família foi proprietária de uma empesa de táxi aéreo e para finalizar o advogado Roberto Morita. A coleta de depoimentos pela Comissão da Verdade prossegue nesta quinta-feira (7/8),a partir das 9 horas, no salão de eventos do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa) da UEL.

Assessoria de Comunicação da CML

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