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Projeto de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unopar atende pedido da prefeitura para requalificar espaço tradicional na cidade

Organização não é um adjetivo muito apropriado para descrever uma feira livre mas foi uma das ferramentas usadas por um grupo de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unopar para requalificar a tradicional Feira Livre que acontece todo domingo de manhã na frente do Ginásio de Esportes de Arapongas. A pedido da prefeitura da cidade e com a participação dos feirantes, eles elaboraram um projeto com uma nova identidade visual para a feira, criando setores por tipo de produto e relocando as barracas para implantar uma lógica de fluxo, aproveitando melhor o espaço disponível. O trabalho já está dando frutos e é um bom exemplo dos serviços gratuitos oferecidos pelo Núcleo de Práticas Sustentáveis da Unopar, o NPS, que reúne consultorias e projetos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica.

A primeira coisa que os professores Danilton Aragão e Thamine Ayoub fizeram foi levar os alunos para uma visita à feira com o objetivo de elaborar um diagnóstico com todos os problemas encontrados. Adilson Baranoski, Adriano Baranoski, Amanda Zani, Ananda Oliveira, Caroline maia, Elton Pereira e Nelson Águila conversaram pessoalmente com os feirantes e fizeram uma lista de questões para serem resolvidas. Entre elas, falta de identidade visual definida, falta de espaço em alguns pontos, espaços mal aproveitados, falta de estacionamento exclusivo para os feirantes, problemas de acessibilidade e falta de espaço delimitada para cada barraca. Além dos pontos levantados pelos feirantes, os alunos também voltaram com muitas perguntas: Como as mudanças iriam influenciar o trânsito no local (a feira fica bem no centro da cidade); Onde os feirantes iriam estacionar? Quais barracas precisariam ser montadas primeiro?

Depois de meses de estudos, ideias e planejamento, os alunos fizeram a primeira proposta de mudanças para os feirantes: “Foram três apresentações, no total. Todas as mudanças propostas foram discutidas com os feirantes e as ideias e informações deles foram retroalimentando o projeto”, explica o professor Danilton.

Finalmente, o desenho de uma “nova” feira ficou pronto, com sugestões de medidas a serem implantadas em curto, médio e longo prazo. O projeto prevê o recadastramento dos feirantes, a interdição de uma rua, a definição de quais ruas serão utilizadas como estacionamento pelos feirantes, o estabelecimento de horários de entrada e saída para as barracas de cada setor da feira. Também prevê a padronização de uniforme para os feirantes, a instalação de lavatórios e melhorias nas instalações elétricas com aumento dos pontos de energia. Em longo prazo as barracas devem ser padronizadas e os toldos coloridos de verde, azul ou vermelho, de acordo com o tipo de produto comercializado. Cada uma das 110 barracas terá uma localização própria e um espaço demarcado e pintado na rua, com placas de sinalização. Os alunos pensaram em todos os detalhes, inclusive em agrupar as hortaliças, frutas e verduras na área mais fresca e sombreada da feira e em trazer para o centro as barracas de produtos de consumo imediato, como pastel, para funcionarem como “âncoras”.

A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Carina Nogueira, explica que cada uma dessas sugestões foi trabalhada passo a passo com os feirantes: “Talvez a conquista mais importante desse projeto foi ter mostrado aos feirantes a ideia da feira como uma unidade, e de que a força da feira livre está justamente no fato dela reunir um mix de produtos e serviços. E aí é que aparece a sustentabilidade do projeto, na integração dos feirantes, na melhoria das condições de trabalho, na transformação da feira num local mais acessível, organizado e agradável para os usuários e nos benefícios para a cidade, que pode ter essa feira como referência e atração para turistas de outras localidades”.

O projeto foi entregue em março. O recadastramento dos feirantes já começou e a prefeitura de Arapongas fez um novo pedido para o NPS da Unopar: a intervenção e padronização de um trecho da avenida principal da cidade. Os projetos do curso são desenvolvidos a partir do ETAU – Escritório Técnico de Arquitetura e Urbanismo.

Phoenix Finardi Martins /Asimp

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