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Na primeira consulta, o paciente perguntou: “Você acha que eu sou um bom pai?”. Tem pais que são bons pais e não se fazem essa pergunta. Mas nunca conheci pais que se façam essa pergunta e que busquem a resposta de maneira dedicada sem que assim o sejam.

Por isso, listei algumas reflexões possivelmente úteis para os pais:

1- Em determinado momento, ficou claro e afirmei: “Você está ensinando a sua filha a pensar como você e valorizar o que você valoriza, você quer que ela tenha uma vida similar à sua?”;

2- Você está protegendo o seu filho do que ele é capaz de fazer? Pois, quanto mais você fizer por ele o que ele seria capaz de fazer por si, maior é a tendência de que ele ficará dependente de você e outros, além de inseguro;

3- “Tenho feito o certo com o meu filho?”. Para qualquer educação, duas perguntas: (A) que características você quer que o seu filho ou sua filha tenha como indivíduo? (B) qual ou quais as melhores maneiras de agir com ele para aumentar a probabilidade dele assim ser?

4- “Se for para errar entre exigir ‘demais ou de menos’, pelo que vale optar?”. Não há a resposta certa, embora seja mais fácil pedir para alguém que se esforça muito para se esforçar menos, do que pedir para alguém que se esforça pouco, dedicar-se mais;

5- “Em que medida criticar ou elogiar?”. Excesso de um ou de outro tende a ser prejudicial, que tal uma proporção de duas críticas para três elogios?

6- Ações sem explicações equivalem a assistir a um filme chinês com a língua original. Você até pode ter uma ideia do que está ocorrendo, mas dificilmente terá alguma certeza. Coloque “legendas” nas suas ações;

7- A fala do pai educa tanto quanto o exemplo que ele dá;

8- Um bom pai é aquele que acerta mais do que erra na educação. Pai muito bom é aquele que acerta muito mais do que erra; e um pai excelente é aquele que acerta muito, mas muito mais do que erra;

9- O bom pai pode ser o próprio pai, padrasto, avô, tio e até irmão mais velho. É aquele que orienta, sustenta, apoia, protege, se dedica e quem sabe um dia, seja reconhecido pelo filho ou filha pelo esforço;

10- Em que medida abraçar o filho ou filha e dizer que o ou a ama? Essencialmente, trate-o como você quer que ele lhe trate;

11- Quando seu filho ou filha cometer um erro, puna-o de acordo com a gravidade do mesmo, tirando um brinquedo ou tablet por horas ou até uma semana. Não basta dizer que assim o fará, é preciso fazer;

12- Exigir muito do filho em tudo provavelmente o tornará ansioso e/ou sério demais. É preciso demandar dedicação, atenção ou disciplina dele mediante a importância da coisa, como seria sobre não pegar o lápis do colega sem ele ver ou pedir e o quanto o quarto precisa estar organizado.

13- Quanto mais você curtir bons momentos entre você e seu filho / sua filha juntos, maior a probabilidade de criarem um bom vínculo.

Ser pai é fácil, mas ser um bom pai é uma aventura em que não há garantias sobre o futuro, embora com muitas alegrias e esforços até lá! Já tive bons pais, infelizmente, não tive maturidade anteriormente para reconhecer um deles como excelente antes que falecesse.

Se você tem um bom pai diga a ele, com palavras, sinceridade no olhar, com um tom de agradecimento e um grande abraço! Nenhum presente será melhor e maior do que este.

Bayard Galvão é psicólogo clínico formado pela PUC-SP, hipnoterapeuta e palestrante. Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é autor de cinco livros, criador do conceito de Hipnoterapia Educativa e Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Ministra palestras, treinamentos e atendimentos individuais utilizando esses conceitos.  www.institutobayardgalvao.com.br

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