1ª Feira Afro Quilombo Cultural de Economia Criativa
36ª Mostra Afro Brasileira Palmares Londrina promove a economia solidária com o Quilombo Cultural de Afro Empreendedores, que tem inscrições até 7 de novembro. Atividade também celebra o aniversário de 87 anos de Londrina.
Entre 19 a 21 de novembro e 2 a 10 de dezembro, acontece na Biblioteca Pública de Londrina (Av. Rio de Janeiro, 413) o Quilombo Cultural de Afro Empreendedores. As inscrições, no site imecab.com.br, vão até 7 de novembro. A ação está inserida nas programações da 36ª Mostra Afro Brasileira Palmares Londrina, que também abrigará a 5ª Mostra de Música Afro Brasileira. As atividades são organizadas pelo IMECAB e trazem a Londrina artes visuais, literatura, música e demais manifestações artísticas, que celebram novembro, o Mês da Consciência Negra.
O evento pretende reunir pessoas que comercializam bens, produtos ou serviços ligados a cultura afro. Segundo um dos organizadores, Stanley Kennedy Garcia, a feira de economia criativa é uma possibilidade de trabalhar e comercializar produtos de moda, designer, artesanato, livros e demais tipos de material cultural, além de gerar renda para cerca de 40 empreendedores em Londrina. “O Quilombo Cultural de Afro Empreendedores tem seu propósito ligado não apenas a cultura negra, que é entranhada na sociedade. Mas é amploe abriga elementos da cultura indígena e da cultura popular brasileira, como artesanato, literatura, gastronomia, moda, estética e música. A feira é baseada no quilombismo, algo genuinamente negro queremonta uma economia anterior aos europeus empreenderem conflitos de naturezas econômicas e das teorias doliberalismo, socialismo e economicismo. Os quilombos desenvolveram uma economia de resistência que visava a sobrevivência de um grupo: os escravos que fugiam das fazendas de café e de cana e se adentravam nas matas. Ali se criavam os quilombos, com a prática da agricultura, pesca e trato dos animais. Construiu-se uma subsistência pelos escravos fugitivos que desobedeciam a estrutura econômica atual em prol de beneficiar o coletivo”, cita.
A cultura afro faz parte do cotidiano brasileira. Um dos estudiosos e defensor da causa foi o professor, político e ativista Abdias do Nascimento, falecido em 2011 no Rio de Janeiro. Ele idealizou estudos e pesquisas relacionadas a população negra, onde observou o negro num novo lugar da economia após os quilombos, vendo sua liberdade ligada as necessidades materiais de alimentação, moradia, vestuário e saúde. “Os bens sociais produtivos de maneira geral são ligados a visão moderna da economia criativa. Isso torna-se patrimônio histórico e cultural, que na modernidade se preserva não apenas com ações, mas pelas mídias sociais, recursos como rádio, televisão, literatura, artescênicas, artesanato, designer, gastronomia e tudo mais que é considerado economia criativa. Essa é a essência do Quilombo Cultural de Afro Empreendedores: garantir a inclusão de pessoas negras através de uma feira que comercializa cultura”, declara
Embora afro, O Quilombo Cultural de Afro Empreendedores tem um apelo de feira e visão comercial que traz a identidade negra. A 2ª fase, de 2 a 10 de dezembro, comemora o aniversário de 87 anos de Londrina. “Nas duas datas serão eventos abertos em frente a Biblioteca Pública de Londrina. Há uma estrutura para abrigar oficinas, palestras, praça de alimentação, eventos musicais e artísticas durante a feira”. Stanley ressalta que no site imecab.com.br existe um edital, que vence em 7 de novembro, onde pessoas ligadas a cultura negra, sendo física ou jurídica, que desejam trazer o produto na feira, devem se inscrever. “É uma espécie de laboratório ou experiência que fazemos. Se der certo ela pode ser tornar mensal e entrar no Calendário Oficial do município. Pensamos em fazer no Bosque, que está de cara nova. Mas não sabemos quando acaba a reforma. De qualquer forma solicitamos a interdição da via para montar o palco com atividades musicais da5ª Mostra de Música Afro Brasileirae a feira. Simultâneo a eles, a 36ª Mostra Afro Brasileira Palmares Londrina será no interior da biblioteca pública, na Sala de Exposições José Antônio Teodoro”, pontua. Além de Stanley Kennedy Garcia, são curadores a Thatianne Andrea da Silva, Alexandre Cézar, Vagner Nogueira, Agenor Evangelista, Professor Joaquim Braga e Ângela Maria.
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