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“Exposição de Arte” de artista londrinense mostra o universo do Norte do Paraná

Madeiras de lei, de demolição ou resgatadas de árvores caídas em propriedades rurais da região ou ainda adquiridas em madeireiras, serrarias antigas, depósitos de desmanches, se transformaram em móveis rústicos e peças de decoração.

Cada um tem sua história própria retratando um pouco do universo do Norte do Paraná, costumes das fazendas de café e da colônia nipo-brasileira. Material “garimpado” pela artista plástica londrinense, a também geógrafa, Yoshia Nakagawara Ferreira em suas “trilhas de andarilha”.

Os objetos podem ser vistos em uma “Exposição de Arte” formando ambientes, aberta ao público, entre 10h e 20h, até esta sexta-feira (21), e no sábado (22), das 9h às 12h, no Atelier da artista, que fica a Rua Fernando de Noronha, 1400. A exposição retorna após a segunda quinzena de janeiro.

Entre as peças estão bistrôs, centros de mesas, aparadores, cadeiras de “prosear”, como diz Yoshia, bancos de varanda, apoios, esculturas, que tiveram como base pedaços, troncos e pranchas de um jacarandá, uma sibipiruna, uma imbuia, jatobá, perobas rosa, perobas de tons ocre-amareladas.

“Muitos foram madeiras ou tocos cheios de terra barrenta seca, abandonados nos córregos ou queimados, que os tratores iam encontrando durante o plantio do café. Fazem parte da minha história nesta cidade, pois nasci no sítio do meu avô materno próximo ao local onde foi a Anderson Clayton (início de Londrina). Peças que sempre chamaram a minha atenção, primeiro pela curiosidade pelas histórias que meus pais contavam da vida nas fazendas de café e mais tarde, já como professora e geógrafa, no contato com a natureza a ser respeitada e resgatada e o fascínio desenvolvido pela filosofia, antropologia, etnografia e literatura”, conta Yoshia.

Uma técnica milenar

Além dos móveis também estão expostos nos ambientes telas, objetos e esculturas em pedra feitos no decorrer dos últimos anos. Os visitantes poderão conhecer peças em que a artista utiliza a técnica “Encáustica”, que sobrevive há mais de 2 mil anos Antes de Cristo. Segundo Yoshia, as múmias egípcias só puderam ser vistas e estudadas porque foram como que seladas pela encáustica no tempo.

Yoshia resgatou a técnica há mais de 20 anos, realizou pesquisas e utiliza “pigmentos” misturados com resinas vegetais de carnaúba, entre outros, com cera clarificada de abelha. O produto é pintado ou aplicado com maçarico e para a produção a artista utiliza todo um aparato de proteção. O efeito é o de uma porcelana colorida manchada pelos pigmentos. Na exposição, ainda poderão ser vistas telas gigantes que retratam a terra expressando o “aquecimento global”, os perigos a que a humanidade está exposta e as possíveis recuperações ambientais.

O outro lado da artista

Yoshia Nakagawara Ferreira é londrinense e uma artista plástica reconhecida nacionalmente. Muito do que retrata em sua produção na arte vem da formação como geógrafa. Ela possui graduação em Geografia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - Londrina/PR, hoje Universidade Estadual de Londrina. Licenciatura pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado também pela USP (1988). Visiting Professor da Universidade de Tokio, Unidade de Shibuya, Japão. Atualmente é professora senior da Universidade Estadual de Londrina. Tem experiência na área de Geografia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: cidade região, desenvolvimento urbano-regional, custos de urbanização, cidade e ambiente.

Andrea Monclar/Asimp

#JornalUnião

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A terra em recuperação
Detalhe da técnica encáustica
Terra. Aquecimento Global

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